Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin. EFE/Sergei Karpukhin
O
Kremlin afirmou nesta segunda-feira que as relações entre Rússia e
Israel ficaram prejudicadas, depois que o avião russo Il-20 foi
derrubado na Síria, com 15 militares a bordo, em um ataque aéreo
israelense contra instalações sírias.
"De
acordo com os nossos especialistas militares, essa tragédia foi causada
por ações premeditadas de pilotos israelenses, o que sem dúvida não
pode prejudicar as relações russo-israelenses", disse o porta-voz do
Kremlin, Dmitry Peskov, aos jornalistas.
O
caso aconteceu na semana passada. Segundo a Rússia, caças israelenses
usaram o Il-20 como escudo, o que obrigou o governo a tomar a decisão de
enviar à Síria o sistema com mísseis antiaéreos s-300, acrescentou
Peskov.
Mais
cedo, o ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, anunciou em
comunicado que os s-300, capazes de interceptar simultaneamente vários
alvos e com alcance de até 250 quilômetros, serão entregues às forças
sírias em um prazo de duas semanas.
"A
Rússia, neste assunto, se guia exclusivamente por seus próprios
interesses. Isto não é contra países terceiros, mas em defesa dos nossos
militares", explicou Peskov.
Shoigu
deixou claro que a decisão de fornecer mísseis antiaéreos aos militares
é uma resposta ao ataque israelense que provocou a queda acidental do
avião militar russo.
Peskov,
por sua vez, repetiu as palavras do presidente da Rússia, Vladimir
Putin, que no dia do incidente se referiu a uma "trágica cadeia de
coincidências", mas ressaltou que a situação foi "favorecida por ações
premeditadas dos pilotos israelenses".
"O
avião, graças a Deus, não foi derrubado por um míssil israelense. Mas
essa cadeia de coincidências foi provocada por ações premeditadas dos
pilotos israelenses. E os dados levantados por nossos especialistas
militares demonstram isso", afirmou o porta-voz do Kremlin.
Ontem,
o Ministério de Defesa da Rússia responsabilizou Israel pela queda do
Il-20 no último dia 17. O porta-voz da pasta, o general Igor
Konashenkov, qualificou de "falta de profissionalismo" e "negligência
criminosa" a atuação dos pilotos israelenses e disse que eles usaram a
aeronave russa como escudo contra a defesa antiaérea síria.
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