Mirjam Heine gerou grande revolta popular, ao afirmar que a 'pedofilia é uma imutável orientação sexual'. (Imagem: Youtube)
Publicado em Segunda-feira, 23 Julho de 2018 as 9:44
As
redes sociais de países estrangeiros estão explodindo em indignação
depois que uma estudante alemã de medicina deu uma breve palestra no
projeto 'TedxTalk', argumentando que a pedofilia é uma "orientação sexual imutável" assim como a heterossexualidade e que "a sociedade deveria aceitar mais os pedófilos".
Mirjam
Heine defendeu suas reivindicações perante uma plateia na Universidade
de Würtzberg, na Alemanha, durante uma apresentação chamada "Por que
nossa percepção da pedofilia tem que mudar".
Uma das maiores razões é "porque a pedofilia é simplesmente outra orientação sexual", ela disse.
"Segundo
uma pesquisa atual, a pedofilia é uma orientação sexual imutável, como,
por exemplo, a heterossexualidade. Ninguém escolhe ser pedófilo,
ninguém pode deixar de ser um", argumentou Heine. "A diferença entre a
pedofilia e outras orientações sexuais é que viver essa orientação
sexual terminará em um desastre".
O
desastre é o abuso sexual de um menor — que ela condenou veementemente.
"Deixe-me ser muito clara aqui. Abuso de crianças é algo errado, sem
qualquer dúvida, mas um pedófilo que não abuse de crianças não fez nada
de errado", disse Heine, acrescentando que a pedofilia é "apenas uma
preferência por sexo com crianças".
"Nem
todo pedófilo abusa de crianças e nem todo mundo que abusa de crianças é
um pedófilo. A diferenciação entre esses dois grupos é essencial",
continuou ela.
Heine disse que a sociedade deve ajudar a diminuir o "sofrimento" dos pedófilos, aceitando-os e incentivando-os a não abusar de crianças, sem a necessidade de isolá-los.
"Estudos
científicos indicam que um dos mais fortes preditores de abuso sexual
infantil cometido por pedófilos é o isolamento social", disse ela. "Não
devemos aumentar o sofrimento dos pedófilos excluindo-os, culpando-os e
ridicularizando-os. Ao fazer isso, aumentamos o isolamento deles e
aumentamos a chance de abuso sexual infantil".
"Devemos
aceitar que os pedófilos são pessoas que não escolheram sua sexualidade
e que, ao contrário da maioria de nós, nunca serão capazes de vivê-la
livremente... A maioria de nós sente desconforto quando pensamos em
pedófilos. Mas, assim como pedófilos, nós não somos responsáveis por
nossos sentimentos. Nós não os escolhemos, mas somos responsáveis por
nossas ações ", insistiu Heine.
Reação
Após
a polêmica do vídeo, o projeto 'Tedx' removeu o vídeo do YouTube, pois a
ideia de que a pedofilia é apenas outra orientação sexual gerou grande
revolta popular nas redes sociais.
Uma
das pessoas que discordou dessa afirmação foi a especialista em
psicologia comportamental e drogas, Dra. Linda Mintle. "Transtorno
pedófilo é um transtorno mental. É um tipo de transtorno mental na
categoria de parafilias", disse ela à CBN News.
O
Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais, 5ª edição,
refere-se à pedofilia como orientação sexual, mas foi posteriormente
corrigido pela Associação Americana de Psiquiatria — uma correção que
Mintle elogiou.
O
psiquiatra e especialista em distúrbios cerebrais Dr. Daniel Amen disse
à CBN News que os pedófilos têm cérebros diferentes do restante da
população. "Se fizermos a varredura de seus cérebros, eles parecerão
mais pessoas com TOC e córtex frontal baixo", disse ele. Isso significa
que os pedófilos tendem a ter menos empatia.
A
Dra. Mintle acredita que a Igreja pode ajudar os pedófilos a aprender
mais sobre empatia e mudar seu comportamento. "Eles precisam de
tratamento — entender, restringir e intervir. A Igreja pode trabalhar em
treinamento de empatia. Envolve ajudar o ofensor a assumir a
perspectiva da vítima e, em identificação com a vítima, entender o dano
que foi feito", ela disse.
Embora
ambos os especialistas digam que a pedofilia é muito difícil de tratar,
é possível que um pedófilo mude se acreditarem que seu comportamento
está errado e realmente desejam a transformação, segundo Mintle.
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