Por exemplo, desde que começou a Marcha Contra a Monsanto,
o Facebook ocultou notícias prejudiciais para a corporação
desinformando constantemente os usuários. Diversas páginas famosas como a
Organics Consumers, a própria Marcha Contra Monsanto e muitas outras
organizações cidadãs, denunciaram a censura deste tipo no mural do Facebook.
Em
março, também houveram queixas de eliminação de grupos e eventos.
Parece que o Facebook não apenas permite manobras corporativas que
"enganam" o sistema para eliminar páginas, grupos e eventos, mas também
impunemente encarrega este trabalho ao seu pessoal.
Os
funcionários do Facebook ocultam sistematicamente notícias de interesse
geral para os leitores informados que buscam jornalismo independente.
Esta manipulação é executada através da eliminação de posts na seção de
notícias da influente rede social, segundo explica um ex-funcionário do
Facebook que trabalhou no projeto,
Seção "Notícias" do Facebook (início)
Esta
pessoa diz que os funcionários do Facebook "evitam histórias" sobre
temas precisos e "outros tópicos não desejados que aparecem na influente
seção, embora estejam na tendência orgânica dos usuários".
Internamente, eles são chamados de "comissários de notícias" (curadores) do Facebook.
O
ex-funcionário do Facebook disse também que eles são instruídos a
"injetar" artificialmente histórias previamente selecionadas (no módulo
de notícias) para induzir tendências, inclusive se os posts não forem
suficientemente populares, para justificar sua inclusão - e em alguns
casos não tinham sido vistos em absoluto.
Os
ex-comissários, todos os quais trabalham como contratados, disseram que
além de serem ordenados a não incluir notícias sobre o Facebook no
módulo de tendências (Notícias do Facebook, gráfico acima).
Em
outras palavras, a seção de notícias do Facebook funciona como uma sala
de redação tradicional, que reflete o preconceito de seus trabalhadores
e os imperativos institucionais da corporação.
A
imposição de alguns valores humanos no editorial do Facebook (página
oficial), pouco tem a ver com seus algorítimos totalitários e
operacionais decensura
que estão totalmente contra as afirmações da empresa sobre o módulo de
notícias quando diz que "se limita a listar os temas que recentemente se
tornaram populares no Facebook".
Quem descobriu o segredo?
Antes
de aparecerem entrevistas dos ex-comissários do Facebook, foi noticiado
outro fato grave. As presentes revelações surgiram logo que o site
Gizmodo informou detalhes sobre o funcionamento interno de uma equipe do
Facebook para regular as tendências de notícias.
Nesta
denúncia foram expostos um pequeno grupo de jornalistas, educados
principalmente em universidades privadas ou da costa leste dos Estados
Unidos, que estava encarregado de "supervisionar" a tendência do módulo
de Notícias do Facebook (ou seja, o início do Facebook onde é visto o
que seus amigos publicam ou as páginas que você segue).
O
Gizmodo informou que os "comissários" têm acesso à uma lista
classificada de temas atuais sugeridos pelo algorítimo do Facebook, o
qual dá prioridade às histórias que devem ser mostradas aos usuários na
seção de tendências. Os comissários escrevem títulos e resumos de cada
tema, e incluem links para sites de notícias. A seção, a qual foi
lançada no ano de 2014, constitui de uma das mais bem enraizadas da
internet e ajuda a ditar o que os usuários leem (milhões no mundo todo).
Arbitrariedade Toral - "Listas Negras" e Tendências
"Dependendo
de quem estava no turno, as coisas eram incluídas ou não em listas
negras ou de tendências", disse o ex-comissário que pediu para
permanecer no anonimato por temer "represálias" da empresa. O
ex-comissário é politicamente conservador, um de um pequeno grupo de
conservadores que compartilham pontos de vista sobre a equipe de
tendências.
"Eles eliminam notícias sobre os candidatos que você pensava em votar, para não ofuscar a oposição", afirmou o ex-comissário.
O
ex-comissário estava tão perturbado pelas omissões e arbitrariedade com
que manipulam as tendências e notícias do Facebook que decidiu falar.
Querem saber o que o Facebook realmente pensa dos jornalistas?
"Dependendo
do que você procura, o Facebook é mostrado como o salvador ou o
destruidor do jornalismo em nossa época", afirmou o ex-funcionário do
Facebook, no entanto e a modo de exemplo: "outro ex-comissário era
fanático e tinha uma forte aversão às fontes de notícias de direita. E
ele comportou-se absolutamente arbitrário. Foi censura direta",
declarou.
"Nós
fazíamos subjetivamente. Tudo depende do comissário e o horário. De vez
em quando recebíamos um alerta vermelho sobre alguma história, por
diversas temáticas. E nosso trabalho era buscar a mesma história de uma
óptica contrária. Para que não fosse percebida a censura".
"Nossa perspectiva somente coincidia com os meios de comunicação como o The New York Times, BBC e CNN", acrescentou.
Outros
ex-comissários entrevistados negam a ocultação de notícias. Mas para
quê estavam trabalhando como "comissários de notícias", afinal?
Fontes:
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