A senadora Gleisi Helena Hoffmann parece determinada a piorar a fama da horrível figura do legislador que atua em causa própria. Citada quatro vezes por delatores da Operação Lava-Jato, Gleisi, que está atolada nas investigações da Operação Pixuleco II (18ª fase da Lava-Jato), teve a desfaçatez de apresentar projeto de lei para acabar com os vazamentos de delações premiadas e processos judiciais.
A proposta, que já tramita na CCJ (Comissão de Constituição e Justiça) do Senado, retira o segredo de justiça de processos que forem divulgados “indevidamente” na imprensa.
Segundo Gleisi, a proposta “protege os indivíduos contra os danos que a exposição dos fatos contidos no processo causariam”. Ela acredita que “se vazar uma parte do processo, todo conteúdo deve ser divulgado”.
A senadora destaca que, após o vazamento seletivo do conteúdo do processo, não há mais razão de haver sigilo. “O segredo de justiça é uma instituição largamente utilizada pelo processo penal. Quando a delação premiada foi instituída em 2013 até foi um projeto do ex-presidente Lula, que foi votado no Congresso, o acordo de delação premiada também se submeteu ao sigilo. Ocorre que com esses últimos casos que nós estamos tento da operação Lava Jato, as delações foram usadas para fazerem vazamentos seletivos”, diz Gleisi.
Como justificativa, a senadora explica que esse tipo de divulgação pode trazer prejuízos “irreparáveis às pessoas que tiveram nomes vazados”. O projeto também impõe um tratamento mais cauteloso das ações por parte da polícia, do Ministério Público e do Poder Judiciário. A intenção da senadora é “obrigar as entidades a agir de forma mais responsável” para evitar os vazamentos. “Se for realmente para resguardar o segredo de justiça a autoridade encarregada pelo processo vai ter que tomar todos os cuidados”.
Citada pelo menos quatro vezes na Operação Lava-Jato, Gleisi é uma das recordistas de citações na operação que desbaratou o Petrolão, o maior esquema de corrupão da História. Segundo Paulo Roberto Costa, ex-diretor da Petrobras, e o doleiro Alberto Youssef, a senadora petista foi beneficiada por pelo esquema de corrupção que durante uma década funcionou na Petrobras. Já o ex-vereador do PT Alexandre Romano, o Chambinho, citou os nomes de Gleisi e de seu marido, Paulo Bernardo da Silva, como beneficiados por esquemas de desvios no Ministério do Planejamento.
Mais recentemente, Gleisi foi citada na delação premiada do senador Delcídio Amaral (sem partido-MS), que falou sobre a suposta atuação de senadores petistas em negociatas para a obtenção de recursos para campanhas eleitorais aos cargos do Legislativo. No acordo firmado com a Procuradoria-Geral da República, Delcídio avaliou que “se deve dar atenção especial” para o período no qual a senadora Gleisi e Bernardo como ministros e diretores de estatais.
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