ILLUMINATI - A ELITE PERVERSA

sábado, 29 de setembro de 2018

Rússia diz relações com Israel estão prejudicadas após avião ser derrubado

12:35
Rússia diz relações com Israel estão prejudicadas após avião ser derrubado



Dmitry Peskov, porta-voz do Kremlin. EFE/Sergei Karpukhin 

O Kremlin afirmou nesta segunda-feira que as relações entre Rússia e Israel ficaram prejudicadas, depois que o avião russo Il-20 foi derrubado na Síria, com 15 militares a bordo, em um ataque aéreo israelense contra instalações sírias.

"De acordo com os nossos especialistas militares, essa tragédia foi causada por ações premeditadas de pilotos israelenses, o que sem dúvida não pode prejudicar as relações russo-israelenses", disse o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, aos jornalistas.

O caso aconteceu na semana passada. Segundo a Rússia, caças israelenses usaram o Il-20 como escudo, o que obrigou o governo a tomar a decisão de enviar à Síria o sistema com mísseis antiaéreos s-300, acrescentou Peskov.

Mais cedo, o ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, anunciou em comunicado que os s-300, capazes de interceptar simultaneamente vários alvos e com alcance de até 250 quilômetros, serão entregues às forças sírias em um prazo de duas semanas.

"A Rússia, neste assunto, se guia exclusivamente por seus próprios interesses. Isto não é contra países terceiros, mas em defesa dos nossos militares", explicou Peskov.

Shoigu deixou claro que a decisão de fornecer mísseis antiaéreos aos militares é uma resposta ao ataque israelense que provocou a queda acidental do avião militar russo.

Peskov, por sua vez, repetiu as palavras do presidente da Rússia, Vladimir Putin, que no dia do incidente se referiu a uma "trágica cadeia de coincidências", mas ressaltou que a situação foi "favorecida por ações premeditadas dos pilotos israelenses".

"O avião, graças a Deus, não foi derrubado por um míssil israelense. Mas essa cadeia de coincidências foi provocada por ações premeditadas dos pilotos israelenses. E os dados levantados por nossos especialistas militares demonstram isso", afirmou o porta-voz do Kremlin.

Ontem, o Ministério de Defesa da Rússia responsabilizou Israel pela queda do Il-20 no último dia 17. O porta-voz da pasta, o general Igor Konashenkov, qualificou de "falta de profissionalismo" e "negligência criminosa" a atuação dos pilotos israelenses e disse que eles usaram a aeronave russa como escudo contra a defesa antiaérea síria.


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Presença Russa na Síria mal vista por Israel

12:34
Presença Russa na Síria mal vista por Israel
O chefe da inteligência aérea israelita reconheceu que a presença da Rússia na Síria é um desafio. Em entrevista à agência de notícias Haaretz, dias antes do derrube do avião russo Il-20, Uri Oron, admitiu que a presença russa na Síria desafiava Israel, mas não prejudicava as suas actividades.

Fotografia: bbcbrasil

“A presença russa nos desafia: Temos que ser muito precisos. No entanto, isso não significa que as aeronaves apenas possam voar sobre Israel”, disse.

O militar também reconheceu que a presença russa na Síria é um dos factores cruciais que determina a situação na região. Oron acrescentou que, antes da intervenção russa, todos tinham certeza de que o grupo terrorista Daesh (proibido na Rússia e numa série de países) se espalharia por todo o país.

Por seu turno, o ministro da Defesa de Israel, Avigdor Lieberman, diz que compreende as acusações de Moscovo sobre o envolvimento do país no incidente com o avião russo Il-20, no entanto, insistiu que a responsabilidade é dos militares sírios.

“Nós também expressamos as nossas condolências em relação à morte de 15 militares do Exército russo a bordo desse avião, derrubado pelos sírios. 

Falei com o ministro russo da Defesa, Sergei Shoigu. Naturalmente, podemos compreender a sua atitude nesse momento”, destacou. Ao mesmo tempo, o ministro concordou que foi uma casualidade trágica, mas o Exército do Presidente sírio, Bashar Assad “é responsável por isso.”

No entanto, noutra entrevista à estação de rádio Galei Tzahal, Lieberman sublinhou que Israel não tem nenhuma outra opção, senão continuar a realizar operações na Síria para lutar contra a presença militar do Irão na região e prevenir o fornecimento de ar-mas modernas ao Hezbollah no Líbano.

O ministro não comentou possíveis medidas que a Rússia vai tomar nos próximos dias.


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Chefe da ONU pede multilateralismo para 'ordem mundial caótica'

12:33
Chefe da ONU pede multilateralismo para 'ordem mundial caótica'
Na Assembleia Geral da organização, António Guterres defendeu proteção a imigrantes


Secretário-geral da ONU, António Guterres, fala durante a 73ª Assembleia Geral das Nações Unidas - JOHN MOORE / AFP

NOVA YORK — A 73ª Assembleia Geral das Nações Unidas começou nesta terça-feira com um apelo do secretário-geral da ONU, António Guterres, por esforços que restituam a confiança internacional e estimulem o multilateralismo. Ex-premier português, o chefe da organização classificou a ordem mundial atual de "caótica", tendo mencionado como desafios a desnuclearização da Península Coreana e a proteção dos direitos de imigrantes e refugiados.

— Hoje, a ordem mundial é cada vez mais caótica. As relações de poder são menos claras — disse Guterres à Assembleia Geral no primeiro discurso do dia. — Líderes têm o dever de promover o bem estar do seu povo. Como guardiões do bem comum, também temos o dever de promover e apoiar um sistema multilateral reformado, revigorado e reforçado.


Assembleia Geral da ONU assiste ao discurso do chefe da organização, António Guterres, que pediu multilateralismo aos 193 países presentes - SPENCER PLATT / AFP

O secretário-geral elogiou o acordo de paz firmado entre Etiópia e Eritreia, que colocou fim a 20 anos de tensões entre os dois países; o compromisso da Colômbia com a paz, enquanto o país trabalha para reinserir socialmente milhares de ex-guerrilheiros das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (Farc); os encontros entre os líderes das Coreias do Norte e do Sul, que, segundo Guterres, geram esperanças de uma "completa e verificável" desnuclearização da Península Coreana; e o que o secretário-geral chamou de "sinais de esperança, ainda que haja longo caminho a percorrer" na direção de um acordo entre nações europeias para elaborar políticas migratórias conjuntas.

— Aqueles que veem seus vizinhos como perigosos podem provocar ameaças onde não havia nenhuma. Aqueles que fecham as suas fronteiras à migração regular apenas alimentam o trabalho de traficantes — disse Guterres. — E aqueles que ignoram direitos humanos para combater o terrorismo tendem a estimular o mesmo extremismo com o qual estão tentando acabar.

BRASIL ABRE ASSEMBLEIA GERAL

Presidente Michel Temer foi o primeiro chefe de Estado a discursar na 73ª Assembleia Geral das Nações Unidas - JOHN MOORE / AFP

Integrada por 193 países, a Assembleia Geral acontece todo mês de setembro em Nova York. Embora a tradição não venha de nenhum norma oficial da ONU, um representante brasileiro sempre faz o discurso de abertura da Assembleia Geral. O presidente Michel Temer foi o primeiro chefe de Estado a discursar nesta terça, tendo repetido o tom adotado por Guterres de estímulo ao multilateralismo e à diplomacia, criticando tendências isolacionistas que reavivam "velhas intolerâncias" e fazem as "recaídas unilaterais cada vez menos a exceção".

Temer ainda mencionou os esforços do Brasil para promover a integração na América do Sul e a recepção a imigrantes venezuelanos que chegam a Roraima, além da aprovação no ano passado da nova Lei de Migração. Também criticou a guerra comercial entre China e Estados Unidos.

— No Mercosul, por exemplo, afirmamos a vocação democrática do bloco — afirmou o presidente, destacando a aproximação do Brasil com a Aliança do Pacífico e a União Europeia. — Seguimos estreitando nosso relacionamento com as Américas, com a Europa, com a Ásia e com a África.

Em relação à Venezuela, o presidente brasileiro manteve um tom brando, sem fazer críticas direcionadas ao governo do presidente Nicolás Maduro.

— O Brasil tem recebido todos os que chegam a nosso território. São dezenas de milhares de venezuelanos a quem procuramos dar toda a assistência. Com a colaboração do Alto Comissariado para Refugiados, construímos abrigos para ampará-los da melhor maneira. Temos promovido sua interiorização para outras regiões do Brasil. Emitimos documentos que os habilitam a trabalhar no país. Oferecemos escola para as crianças, vacinação e serviços de saúde para todos. Mas sabemos que a solução para a crise apenas virá quando a Venezuela reencontrar o caminho do desenvolvimento — disse Temer.

Essa é a última vez, como presidente da República, que Temer participa da Assembleia-Geral das Nações Unidas. Por isso o presidente aproveitou para lembrar que, em duas semanas, os brasileiros vão às urnas para eleger um novo chefe de Estado. Ele disse que vai entregar um país melhor para seu sucessor. Depois do presidente brasileiro, é a vez do presidente equatoriano, Lenín Moreno, e em seguida do chefe de Estado americano, Donald Trump.


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Presidente do Irã acusa Trump de 'fraqueza intelectual', 'terrorismo econômico' e 'disposição nazista'

12:32
Presidente do Irã acusa Trump de 'fraqueza intelectual', 'terrorismo econômico' e 'disposição nazista'
Apesar da veemência, Rouhani, sem opções, não descarta voltar à mesa de negociações


Hassan Rouhani discursou na tarde desta terça-feira na sede da ONU em Nova York - JOHN MOORE / AFP

NOVA YORK - O presidente do Irã, Hassan Rouhani, proferiu um incisivo discurso na tarde desta terça-feira na Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, no qual condenou a saída unilateral americana do acordo nuclear assinado em 2015 e as sanções econômicas contra o seu país, classificadas como "terrorismo econômico”, "chantagem" e "graves violações da lei internacional".

O presidente iraniano denunciou Washington por promover uma "guerra econômica", alegando que as sanções dos Estados Unidos interromperam o comércio global e atingiram o povo iraniano. Rouhani aproveitou a oportunidade para convidar Washington a voltar à mesa de negociações e abandonar o "bullying", e agir por meio do diálogo e não da pressão.

— O governo dos EUA, pelo menos o atual, parece determinado a tornar ineficazes todas as instituições de direito internacional existentes — disse Rouhani. — Em contradição com as regras e leis internacionais, nos convidam a conversas bilaterais. É um convite para o Irã não reconhecer as exigências de um Estado moderno, incluindo o princípio fundamental da continuidade da responsabilidade do Estado.

Em maio, Trump saiu do acordo nuclear firmado por Barack Obama em 2015, que determinava que as sanções internacionais ligadas ao programa nuclear iraniano eram suspensas em troca de medidas para fazer retroceder a capacidade de Teerã de fabricar uma bomba atômica. Desde agosto, os americanos restituíram as sanções, que serão expandidas em 4 de novembro.

Os efeitos para a economia iraniana têm sido desastrosos, conforme as exportações de petróleo do país despencam e diversas empresas deixam o país. Ontem, a sueca AB Volvo anunciou que vai interromper a produção de caminhões no Irã, por ser incapaz de receber pagamentos.

Rouhani definiu as sanções como “terrorismo econômico” e “uma violação do direito ao desenvolvimento”.

— Infelizmente estamos vendo presidentes que pensam que podem garantir os seus direitos fomentando extremismos e nacionalismos, com uma disposição nazista — comentou. — Líderes globais que acham que podem garantir seus interesses pelo atropelamento das regras globais e do boicote das instituições internacionais, inclusive por meio de atos absurdos e anormais, como convocar uma reunião de alto nível do Conselho de Segurança.

O órgão de segurança reúne-se amanhã, em um encontro que será presidido por Trump e do qual devem participar os chefes de Estado dos 15 integrantes do Conselho, exceto de China e Rússia, que devem enviar ministros.

O líder iraniano disse que o governo americano “nem sequer esconde o próprio plano”, de “derrubar um governo que convida a conversar”. Segundo Rouhani, o desprezo ao multilateralismo é “sintoma de uma fraqueza de intelecto” e revela “uma incapacidade de entender um mundo complexo e interconectado”.

Rouhani também elogiou a União Europeia e os demais signatários do acordo — assinado, além de Irã e EUA, pelos membros permanentes do Conselho de Segurança junto da Alemanha e pela União Europeia — por cumprirem suas exigências e ressaltou que o seu próprio país age do mesmo modo. No final de suas referências diretas aos EUA, ele convidou Washington a voltar à mesa de negociações e afirmou que o diálogo "começava ali mesmo".

— Se você não gosta do acordo porque ele é legado de seu antecessor político, o convidamos a voltar à mesa de negociações que deixou e a uma resolução assinada pelo Conselho de Segurança — disse. — O diálogo começa onde terminam as ameaças e sanções que violam princípios da ética e da lei internacional.

O convite ao diálogo pode ser entendido como uma abertura para negociações, uma vez que Teerã se encontra com poucas alternativas, diante da agressiva tática adotada por Washington. O país enfrenta uma grave crise inflacionária e desemprego. Analistas consideram a tática de Trump, incomum de acordo com padrões diplomáticos, bem sucedida até aqui.

ROUHANI "É ADORÁVEL", DIZ TRUMP

Presidente Donald Trump discursa na 73ª Assembleia Geral das Nações Unidas, a segunda desde que tomou posse nos EUA - CARLO ALLEGRI / REUTERS

Em seu discurso, o presidente americano também comentou a saída americana do acordo nuclear com o Irã, que chamou de "horrível". Ele descreveu o governo iraniano como uma "ditadura corrupta" que "saqueia o seu povo para pagar por agressões externas", afirmando ainda que novas sanções serão implementadas para forçar uma mudança de comportamento de Teerã a partir da pressão econômica.

— Os vizinhos do Irã pagam um alto preço pela sua agenda de agressão e expansão. É por isso que muitos países do Oriente Médio apoiaram minha decisão de sair do horrível acordo nuclear de 2015 e reimpor sanções nucleares.

No começo da manhã, Trump fez uma declaração destinada a Rouhani no Twitter, antes de seu discurso na Assembleia Geral.

“Apesar dos pedidos, eu não tenho planos para conhecer o presidente iraniano Hassan Rouhani. Talvez um dia no futuro. Tenho certeza de que é um homem absolutamente adorável!”, escreveu, em contraste evidente com a retórica hostil em geral empregada em relação à liderança do país asiático.

Autoridades iranianas apressaram-se em negar que o país tenha pedido um encontro. De acordo com analistas políticos, a mensagem tinha o objetivo de mandar a mensagem de que Trump procurava se aproximar pessoalmente de Rouhani, em uma abordagem parecida com a que desenvolveu com o ditador norte-coreano Kim Jong-un.

Na segunda-feira, a União Europeia anunciou que vai estabelecer uma entidade legal para “facilitar transações financeiras como Irã e que isso permitirá a companhias europeias continuar a fazer negócios como país”. O mecanismo autorizaria a participação de outros países.

A iniciativa pode complicar os esforços de Washington para isolar o governo de Teerã. Um porta-voz da UE disse nesta terça-feira que ainda não se sabe exatamente quando o instrumento será inaugurado e que as discussões técnicas devem continuar nos próximos dias.

Nesta terça-feira, o secretário de Estado americano Mike Pompeo atacou os planos europeus, que definiu como “perturbadores” e “muito decepcionantes".

— Esta é uma das medidas mais contraprodutivas imagináveis para a paz e a segurança globais — afirmou Pompeo. — Ao garantir recursos para o regime, você está assegurando a posição do Irã como o Estado que mais patrocina o terrorismo.



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Na ONU, Trump rejeita 'burocracia global' e 'ideologia da globalização'

12:31
Na ONU, Trump rejeita 'burocracia global' e 'ideologia da globalização'
Presidente reafirma o lema 'EUA primeiro' e ameaça Irã, Venezuela e Síria; Alemanha é advertida e só Coreia do Norte recebe elogio


Presidente Donald Trump discursa na 73ª Assembleia Geral das Nações Unidas, a segunda desde que tomou posse nos EUA - CARLO ALLEGRI / REUTERS

NOVA YORK — Em seu discurso na 73ª Assembleia Geral das Nações Unidas, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, reforçou o seu lema "Estados Unidos primeiro", atacando a "burocracia global" e afirmando que rejeita a "ideologia da globalização". Diante de representantes de 193 nações, o chefe da Casa Branca pediu que a soberania americana seja respeitada, incluindo no que tange à formulação das suas políticas migratórias, e ainda lançou duras críticas ao Tribunal Penal Internacional (TPI), que, nas suas palavras, "não tem legitimidade nem autoridade".

O presidente americano foi o terceiro chefe de Estado a discursar, depois dos seus homólogos brasileiro, Michel Temer, e equatoriano, Lenín Moreno. Ele seria o segundo a se pronunciar, mas chegou atrasado e, por isso, Moreno subiu ao pódio antes do que havia sido inicialmente previsto.

— Os Estados Unidos sempre vão escolher a independência e a cooperação em vez de governos globais, controle e dominação. Eu honro o direito de cada nação de buscar seus próprios costumes, crenças e tradições. Os Estados Unidos não vão lhes dizer como viver, trabalhar ou rezar. Apenas pedimos que vocês honrem nossa soberania em troca — disse Trump, antes de afirmar que "os EUA são governados por americanos" e que por isso, em vez da globalização, ele abraça a "doutrina do patriotismo".

Na contramão dos apelos em favor do multilateralismo do secretário-geral da ONU, António Guterres, que discursara anteriormente nesta terça-feira, o presidente americano dedicou parte do seu pronunciamento à importância de cada nação defender seus interesses e à exaltação de sentimentos patrióticos e nacionalistas.

Em relação à imigração, Trump reiterou que os Estados Unidos não vão aderir ao Pacto Global por uma Migração Ordenada, Regular e Segura, aprovado na ONU em julho, afirmando que cada nação deve estabelecer suas próprias políticas para o assunto, e não organismos internacionais.

— A solução em longo prazo é ajudar as pessoas a construir um futuro melhor em seus próprios países. Torná-los grandes de novo.

AJUDA SÓ PARA "AMIGOS"

Além disso, o presidente americano disse que o seu governo revisará a ajuda internacional a outras nações, que deverá ser limitada a países que respeitarem os Estados Unidos e forem seus amigos.

— Vamos examinar o que está funcionando, o que não está funcionando e se os países que recebem nossos dólares e nossa proteção compartilham dos nossos interesses — disse Trump. — Avançando, vamos apenas dar ajuda externa àqueles que nos respeitam e francamente sejam nossos amigos. Esperamos que outros países paguem sua parte pelo custo de sua defesa.

Afirmando que o Conselho de Direitos Humanos da ONU se tornou um "embaraço para a instituição", Trump disse que os EUA não vão retornar ao órgão sem uma reforma real nem reconhecer ou apoiar o Tribunal Penal Internacional (TPI), que acusou de violar "todos os princípios de justiça". Mais cedo, o jornal "Financial Times" revelara que cinco países sul-americanos vão pedir ao tribunal que investigue integrantes do governo de Nicolás Maduro, na Venezuela, por supostos crimes contra a Humanidade.

— No que diz respeito aos Estados Unidos, o TPI não tem jurisdição, nenhuma legitimidade e nenhuma autoridade. O TPI reivindica uma jurisdição quase universal sobre os cidadãos de cada país, violando todos os princípios de justiça, equidade e devido processo. Nunca vamos entregar a soberania dos Estados Unidos a uma burocracia global que não presta contas a ninguém e que não foi eleita.


Um membro da delegação do Vietnã não parecia estar muito interessado nos discursos e tirou um cochilo. Enquanto isso, a política nacional do país anda agitada. Na última sexta-feira o presidente Tran Drai Quang faleceu e ontem a vice-presidente Danh Thi Ngoc Thinh tomou posse de forma interina. É a primeira mulher da História do país a ocupar o cargoFoto: DON EMMERT / AFP



Lenin Moreno, presidente do Equador, acabou "furando a fila" dos discursos. E não foi por querer. Por tradição, os discursos começam com o representante do Brasil e, na sequência, o presidente americano, anfitrião. Como Trump se atrasou, Moreno acabou sendo antecipado na ordemFoto: TIMOTHY A. CLARY / AFP



Quando finalmente chegou, Donald Trump teve um dos momentos mais curiosos da Assembleia Geral. Logo no início do discurso disse: "Nosso governo fez nos últimos dois anos mais do que qualquer outro na História do nosso país." A declaração foi recebida com gargalhadas pelo público — formado por diplomatas de todo o mundo. Os risos surpreenderam o americano que contemporizou com um sorriso amarelo: "Não esperava essa reação, mas tudo bem"Foto: TIMOTHY A. CLARY / AFP



Bashar Jaafari é o atual embaixador da Síria nas Nações Unidas e deve estar acostumado com as longas Assembleias Gerais, mas não conseguiu esconder um momento de tédio e cansaço. Quem será que discursava para gerar tanto desinteresse do representante do ditador Bashar al-Assad?Foto: DON EMMERT / AFP



A primeira-ministra da Nova Zelândia, Jacinda Ardern, chamou atenção ao levar seu pequeno bebê, de apenas três meses, para o evento em Nova York. A menina ficou no colo do pai durante o seu discurso. Ardern, de 38 anos, foi a segunda mulher a dar à luz no cargo, depois da paquistanesa Benazir Bhutto, em 1990Foto: CARLO ALLEGRI / REUTERS



O emir Tamim Bin Hamad al-Thani, do Qatar, deu uma declaração um tanto controversa na 73ª Assembléia Geral das Nações Unidas nesta terça-feira. Em seu discurso, disse que "os direitos humanos estão no topo das prioridades do Qatar", apesar das denúncias de violações dos direitos humanos no paísFoto: TIMOTHY A. CLARY / AFP



Após discursarem com pensamentos opostos sobre o Irã na 73ª Assembleia Geral da ONU, o presidente da França, Emmanuel Macron, e o presidente dos EUA, Donald Trump, não demonstraram em seu encontro o clima de "bromance", visto em abril deste ano. Na ocasião, Macron fez uma visita à Casa Branca, a primeira de um chefe de Estado em que Trump foi anfitrião. Os dois trocaram risadas e abraços em público, como grandes amigos. Hoje, ambos tinham feições sérias...Foto: CARLOS BARRIA / REUTERS



... e, no cumprimento, Trump sequer fechou a mão. Para o jornal "Indenpendent", o "bromance" esfriouFoto: LUDOVIC MARIN / AFP

ATAQUES A VENEZUELA, IRÃ E SÍRIA

Ao mencionar a Venezuela, Trump pediu que os países presentes na Assembleia Geral reclamassem a restauração da democracia no país sul-americano, acusando o governo do presidente Nicolás Maduro de ter "infligido o sofrimento que forçou mais de dois milhões de venezuelanos a emigrarem nos últimos anos". O republicano anunciou a imposição de novas sanções ao círculo próximo do presidente venezuelano — que atingem a primeira-dama Cilia Flores, conforme divulgado minutos antes pelo governo americano.

— Atualmente somos testemunhas de uma tragédia humana, por exemplo, na Venezuela. Não faz muito tempo, a Venezuela era um dos países mais ricos do mundo. Hoje, o socialismo arruinou esta nação rica em petróleo e conduziu o seu povo à abjeta pobreza. Todas as nações do mundo devem resistir ao socialismo e à miséria que trai todos. Neste espírito, pedimos que as nações aqui reunidas se unam a nós no pedido de restauração da democracia na Venezuela.

No discurso, o presidente americano também comentou a saída americana do acordo nuclear com o Irã, que chamou de "horrível". Ele descreveu o governo iraniano como uma "ditadura corrupta" que "saqueia o seu povo para pagar por agressões externas", afirmando ainda que novas sanções serão implementadas para forçar uma mudança de comportamento de Teerã a partir da pressão econômica.

— Os vizinhos do Irã pagam um alto preço pela sua agenda de agressão e expansão. É por isso que muitos países do Oriente Médio apoiaram minha decisão de sair do horrível acordo nuclear de 2015 e reimpor sanções nucleares.

Trump disse ainda que qualquer solução para a guerra civil síria deve incluir um plano para lidar com o Irã, que apoia o governo de Bashar al-Assad. O presidente reforçou que os EUA responderão caso o governo da Síria utilize armas químicas contra sua população.

— A tragédia em curso na Síria é desoladora. Nossos objetivos compartilhados devem ser a desescalada do conflito militar, junto com a solução política que honra o desejo do povo sírio — disse. — Nesse sentido, pedimos que o processo de paz liderado pelas Nações Unidas seja revigorado. Mas, tenham certeza, os Estados Unidos vão responder se armas químicas foram usadas pelo regime Assad.

COREIA DO NORTE ELOGIADA, ALEMANHA ADVERTIDA

O líder mais elogiado por Trump foi Kim Jong-un, da Coreia do Norte, a quem classificou de corajoso por tomar passos em direção à desnuclearização em negociações com a Coreia do Sul e EUA. As declarações do americano em relação ao líder supremo norte-coreano foram dramaticamente diferentes daquelas que ele mesmo proferiu na Assembleia Geral do ano passado, quando chamou Kim de "homem-foguete numa missão suicida" e ameaçou "destruir completamente" a Coreia do Norte.

Ainda no discurso, Trump disse que a Alemanha deveria seguir o exemplo da Polônia e não depender da Rússia para obter suprimentos de energia, o que poderia tornar o país vulnerável a "extorsão e intimidação". A companhia russa Gazprom e os seus parceiros europeus constroem um gasoduto desenhado para duplicar os volumes de gás natural bombeados da Rússia para a Alemanha através do Mar Báltico, evitando a tradicional rota pela Ucrânia.

— A confiança em um único fornecedor estrangeiro pode deixar as nações vulneráveis à extorsão e à intimidação, e é por isso que parabenizamos países europeus como a Polônia pela construção de um gasoduto báltico para que as nações não dependam da Rússia para suprir suas necessidades energéticas — disse Trump. — A Alemanha ficará totalmente dependente da energia russa se não mudar de curso imediatamente.



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sábado, 22 de setembro de 2018

Rede social de concurso de beleza 'Miss Hitler' foi bloqueada

16:44
Rede social de concurso de beleza 'Miss Hitler' foi bloqueada
Quem tenta aceder à página encontra a mensagem: "Esta comunidade foi bloqueada por causa de chamadas à violência".


Oconcurso foi lançado através das redes sociais. Nele, as mulheres são desafiadas a explicar porque é que devem ser eleitas a próxima Miss Hitler. Sim, leu bem.

O concurso neo-nazi, promovido na famosa rede social russa VKontakte, foi visto por milhares de pessoas que denunciaram a página. Esta foi bloqueada depois de uma série de queixas.

Mulheres da Alemanha, Rússia, Ucrânia, Itália e dos Estados Unidos já haviam submetido as suas melhores imagens a fazer a famosa saudação nazi e a posar com suásticas. E a vencedora deste ano até já tinha sido eleita.

Centenas de utilizadores terão visto a página, que enaltecia "a beleza da cultura hitleriana", antes de esta ter sido eliminada.

O SOVA, um grupo de direitos humanos de Moscovo, fez saber que a página da 'Miss Hitler' foi acrescentada à lista negra do governo russo. A agência governamental Roskomnadzor substituiu a página por uma mensagem que diz: "Esta comunidade foi bloqueada por causa de chamadas à violência".


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China e Vaticano alcançam acordo histórico para nomeação de bispos

16:38
China e Vaticano alcançam acordo histórico para nomeação de bispos

Depois de mais de 60 anos de incerteza em relação a membros do clero católico que operavam na China, o Vaticano anunciou um acordo histórico reconhecendo os bispos nomeados por Pequim e estabelecendo novas regras para a recondução deles.

Anunciado pelo Papa Francisco, o acordo abre caminho para a recondução do clero na China através da nomeação de bispos, "uma questão de grande importância para a vida da Igreja", disse o Vaticano em um comunicado no sábado, informou a AFP.



© AP PHOTO / ANDY WONG

Há aproximadamente 12 milhões de católicos na China. No entanto, o Vaticano cortou relações com Pequim dois anos após o estabelecimento da República Popular da China Comunista. O Vaticano também foi um dos 17 estados-nação a reconhecer Taiwan como a República da China, povoada por partidários do Kuomintang após a guerra civil chinesa.

Os termos entre as nações ficaram ainda mais azedos quando Pequim decidiu que precisaria aprovar a escolha de bispos, obviamente selecionando aliados do Partido no país. Como resultado, a Santa Sé se recusava a reconhecer a autoridade dos clérigos e não validava decisões eclesiásticas tomadas por estes religiosos. Ao mesmo tempo, a China exigia que o Vaticano retirasse seu reconhecimento a Taiwan como a "verdadeira China" e prometesse não interferir na política doméstica local.

Os acordos assinados fazem parte de um esforço do papa Francisco, que desde 2013 tenta normalizar as relações diplomáticas com Pequim. De acordo com um comunicado divulgado durante visita do pontíficie a países bálticos, os termos "criam as condições para uma maior colaboração no nível bilateral (…). Com essas decisões, um novo processo pode começar a permitir que as feridas do passado sejam superadas levando à plena comunhão de todos os católicos chineses”.

O papa reconheceu sete bispos anteriormente nomeados pela China sem a aprovação da Santa Sé e um oitavo bispo que "expressou o desejo de se reconciliar com a Sé Apostólica" antes de morrer no ano passado, de acordo com a declaração. O acordo também descartou a possibilidade de que bispos no futuro sejam propostos pelas autoridades chinesas e aprovados pelo papa, informou a BBC.

A China disse que um acordo "provisório" foi assinado entre o vice-ministro das Relações Exteriores, Wang Chao e o subsecretário do Vaticano para as relações com os Estados, Antoine Camilleri. Os dois lados vão "continuar a manter a comunicação e impulsionar a melhoria das relações bilaterais", acrescentou o comunicado chinês.



O acordo foi criticado por analistas como "ingênuo" do lado do Vaticano, mas o diretor da assessoria de imprensa da Santa Sé, Greg Burke diminuiu o tom das críticas ao dizer que a iniciativa não era política e sim pastoral. "[Visa] permitir que os fiéis tenham bispos em comunhão com Roma, mas, ao mesmo tempo, reconhecidos pelas autoridades chinesas".

O governo taiwanês reagiu à notícia afirmando que o Vaticano assegurou a natureza religiosa da iniciativa e que o movimento não afetaria seu relacionamento diplomático.


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