Bolsonaro assina livro em expressão de apoio à construção do Terceiro Templo em Jerusalém. (Foto: PM of Israel)
O presidente Jair Bolsonaro expressou claramente seu apoio à soberania israelense sobre Jerusalém — inclusive na Cidade Velha — quando visitou o Muro das Lamentações, um dos locais mais sagrados do judaísmo, junto ao primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu. O governante brasileiro expressou seu apoio à construção do Terceiro Templo na cidade que é considerada a "eterna e indivisível capital israelense".
Na última segunda-feira (1), ele entrou para a história do moderno Estado judeu ao se tornar o primeiro líder mundial a visitar o Muro das Lamentações junto com um primeiro-ministro israelense. Na ocasião, Bolsonaro aproveitou para fazer um pequeno, mas significativo pedido.
"Deus, olhe pelo Brasil", orou o presidente.
Terceiro Templo
Após a colocar o pedido por escrito no Muro — ato simbólico realizado por cristãos e judeus do mundo inteiro ao visitarem o local sagrado — Bolsonaro acompanhou Netanyahu em uma caminhada pelos túneis rumo à sinagoga, localizada 20 metros abaixo do ponto onde os judeus acreditam ser o Santo dos Santos do templo construído por Salomão. No local, Bolsonaro assinou na presença do premiê israelense um livro como forma de apoio à construção do Terceiro Templo em Jerusalém.
"Quando se assina um livro em que há um projeto de construção de um templo onde hoje é uma mesquita, é uma sinalização de qual é o elemento político-ideológico do presidente Bolsonaro", disse o senador Flávio Bolsonaro, explicando a simbologia do ato.
Além de assinar o livro, o presidente brasileiro também conheceu outros pontos da sinagoga, como por exemplo a maquete do Terceiro Templo.
Bolsonaro conhece maquete do Terceiro Templo, em Jerusalém. (Foto: PM of Israel)
Oposições
Em governos anteriores (liderados pelo PT), Lula e Dilma menosprezaram a relação com Israel e acenaram para um apoio à Palestina. Mas o ato de Bolsonaro marca uma significativa mudança na postura do Brasil com relação a este tema e contraria à própria conduta da ONU, que aprovou nos últimos anos, resoluções que negam a relação de judeus com locais sagrados em Jerusalém.
A comunidade internacional afirma que Jerusalém Oriental é um "território ocupado" e deve fazer parte dos limites finais de um Estado palestino. Isso inclui os locais mais sagrados do judaísmo: o Monte do Templo e o Muro das Lamentações adjacente.
O Monte onde Israel pretende construir o Terceiro Templo também local é o local mais sagrado do Islã, conhecido pelo nome árabe Al-Haram Al-Sharif.
A comunidade internacional não reconheceu a anexação da Jerusalém Oriental por Israel em 1980 — nem, de fato, afirma que Israel tem soberania sobre Jerusalém Ocidental, que mantém desde 1948.
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