© Divulgação/OpenAI OpenAI
Um dos principais entraves da inteligência artificial ainda é que ela requer ser abastecida por um banco de dados que funciona como material de aprendizado. Ou seja, isso ainda requer que alguém alimente essa máquina com conhecimentos específicos sobre o comportamento humano. Contudo, uma nova proposta pretende fazer com que um sistema de inteligência artificial aprenda sem que pessoas ensinem sobre o comportamento humano.
Chamado de OpenAI, o projeto é financiado por magnatas da indústria de tecnologia como Elon Musk, CEO da Tesla e SpaceX, e Sam Altman, empreendedor e financiador de startups do Vale do Silício. Um grupo de pesquisadores da companhia conseguiu criar uma rede neural com braços robóticos capazes de manipular objetos, como uma criança em estágio de aprendizado.
Até aí, já há outros mecanismos capazes do mesmo, basta que se crie um mecanismos específico para aquele ambiente sob medida e com apenas uma função definida. Por exemplo, caso este sistema esteja habituado a carregar objetos cúbicos, a simples troca por objetos esféricos pode fazer com que o sistema não seja mais capaz de executar a ação.
Contudo, as máquinas da OpenAI desenvolvem certos tipos de movimentos e resposta a objetos sem que sejam ensinadas a isso. Em outras palavras, elas aprendem sozinhas como fazer para pegar um objeto mesmo que ele tenha formato diferente.
No sistema convencional, para que este mesmo sistema passasse a pegar objetos esféricos, teria de ser ensinado com milhões de exemplos de vídeos, fotos, textos e códigos, até que o robô possa ser proficiente nesta ação.
A proposta da OpenAI, entretanto, trabalha em um caminho oposto, que não usa dados humanos. Chamado de Dactyl, o sistema se autoalimenta com as possibilidades que julgar mais eficientes para pegar o objeto. Com isso, o banco de dados recebe informações da posição dos dedos da mão robótica e imagens e três câmeras diferentes. Munido disso, a inteligência artificial é capaz de calcular as melhores posições que resultam em ações efetivas para agarrar e levantar o objeto. Por tentativa e erro, o sistema vai chegando cada vez mais perto do sucesso.
Em uma analogia humana, seria como uma criança aprendendo a agarrar objetos simplesmente pegando e derrubando coisas.
Embora seja ainda mais amplo e menos específicos que braços mecânicos que exercem apenas uma função, esse sistema também tem lá suas limitações. Os pesquisadores estão testando formatos, cores e desenhos, uma vez que a tecnologia usa imagens como parte do aprendizado da máquina. Contudo, é possível que ainda resulte uma tecnologia mais abrangente que as convencionais.
Outro problema é a quantidade de energia empregada para fazer este computador levantar um simples cubo com letras. São necessárias 6144 CPUs e 8 GPUs, com capacidade de coletar cerca de 100 anos de experiência em 50 horas.
Como todo este arsenal eletrônico, eles conseguiram fazer com que o braço pudesse fazer pequenos truques, impressionantes para uma mão biônica, como rotacionar o quadrado sem deixar que ele caia.
© Fornecido por Unilogic Media Group Ltda Robô é capaz de girar objeto nos três eixos (Imagem: Divulgação/OpenAI)
Embora o braço seja a cereja do bolo que enfeita todo o projeto, o grande avanço aqui é o sistema que aprende sozinho. O desafio agora é fazer com que o sistema seja mais amplo e exija menos de energia e equipamento para rodar, criando robôs capazes de fazer mais de uma tarefa.
Outro ponto positivo é que a expressão “open”, no nome da empresa, não é apenas estético, sendo que todo o estudo e resultados provenientes desta pesquisa estão disponíveis para conhecimento público em um trabalho publicado no site da empresa.
Fonte: OpenAI
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