(Arquivo)
Pessoas vestidas de abelha e apicultor protestam em frente à sede da
Bayer em Bruxelas, Bélgica, no dia 21 de abril de 2007.
Mais
de um milhão de pessoas pediram nesta sexta-feira à gigante alemã da
agroquímica Bayer que pare de comercializar pesticidas "assassinos de
abelhas", insetos em risco de extinção e essenciais para a segurança
alimentar mundial.
"Matar as abelhas não faz parte verdadeiramente das coisas que uma empresa que se preocupa com o futuro deveria fazer", disse à AFP Anne Isakowitsch, militante da ONG Sum of Us.
Sem as abelhas, que contribuem para a polinização de 80% das espécies de plantas com flores, estas não poderiam se reproduzir. E sem flores, não há frutos, o que alteraria toda a cadeia alimentar.
A situação preocupa enormemente Anne Isakowitsch, uma berlinense que compareceu na sexta-feira à assembleia de acionistas da Bayer em Colônia (oeste) para entregar ao grupo uma petição mundial assinada por 1,4 milhão de pessoas.
O documento pede o fim da comercialização de duas substâncias, a clotianidina e o imidacloprid, da família dos neonicotinoides, pesticidas suspeitos de ter dizimado colônias de abelhas de todo o mundo.
Estes dois produtos da Bayer são objeto de uma moratória imposta pela União Europeia desde o fim de 2013, assim como o tiametoxam, do suíço Syngenta, e o fipronil, da alemã BASF. No resto do mundo, estas quatro substâncias, vendidas por marcas como Gaucho, Poncho ou Cruiser, continuam sendo usadas sem restrições.
Outras causas
Os neonicotinoides costumam ser aplicados nas sementes plantadas por agricultores e que se infiltram mais tarde no néctar e no pólen durante a floração.
A substância causaria a perda da orientação das abelhas, que não conseguem encontrar sua colmeia, uma redução da fecundidade ou menor resistência a doenças, segundo a literatura científica. Além disso, a revista Nature assegura que as abelhas costumam preferir plantas molhadas com estas substâncias, derivadas da nicotina.
Os neonicotinoides seriam "um fator-chave no declive das abelhas" e de outros agentes polinizadores, segundo uma análise de 800 estudos feitos pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN). Por volta de um quarto dos besouros e quase uma em cada dez abelhas melíferas correm risco de extinção, segundo a organização.
Mas a Bayer, que faturou 2,5 bilhões de euros em 2015 com seus produtos inseticidas e de proteção de sementes, inclusive neonicotinoides e outros artigos, rejeita as acusações.
"Os neonicotinoides não provocam qualquer risco se usados corretamente", respondeu um porta-voz da empresa à AFP.
Junto com a BASF e a Syngenta, o grupo impugnou na justiça europeia a moratória imposta por Bruxelas.
O grupo aponta outros culpados pelo sofrimento das abelhas: a meteorologia, os vírus e inclusive o parasita 'Varroa destructor'.
"O declínio das populações de abelhas é multifatorial", afirmou José Tarazona, diretor do departamento de pesticidas da Autoridade Europeia de Segurança Alimentar (EFSA).
Este órgão decidiu em 2012 que os quatro pesticidas das três empresas representavam um risco "inaceitável" para as abelhas, dando argumentos à UE para a moratória.
"Ainda não contamos com os meios para quantificar" o papel destes produtos, admitiu, no entanto, Tarazona.
A EFSA está fazendo um inventário sobre o tema, cujos resultados são aguardados para 2017 e que poderia levar Bruxelas a estender as restrições, mantê-las ou decidir retirar a moratória.
"Logicamente, os pesticidas não são o único problema (..) Mas são o único no qual podemos intervir imediatamente", defendeu Marco Contiero, encarregado de políticas agrícolas do Greenpeace.
A ONG espera que a UE proíba o conjunto dos neonicotinoides e seus usos, sem exceções, e pede que a indústria invista em alternativas não químicas.
Além disso, a pressão dos consumidores começa a ser notada. Na Alemanha, os supermercados Aldi acabam de se comprometer a não vender mais alimentos com neonicotinoides.
"Matar as abelhas não faz parte verdadeiramente das coisas que uma empresa que se preocupa com o futuro deveria fazer", disse à AFP Anne Isakowitsch, militante da ONG Sum of Us.
Sem as abelhas, que contribuem para a polinização de 80% das espécies de plantas com flores, estas não poderiam se reproduzir. E sem flores, não há frutos, o que alteraria toda a cadeia alimentar.
A situação preocupa enormemente Anne Isakowitsch, uma berlinense que compareceu na sexta-feira à assembleia de acionistas da Bayer em Colônia (oeste) para entregar ao grupo uma petição mundial assinada por 1,4 milhão de pessoas.
O documento pede o fim da comercialização de duas substâncias, a clotianidina e o imidacloprid, da família dos neonicotinoides, pesticidas suspeitos de ter dizimado colônias de abelhas de todo o mundo.
Estes dois produtos da Bayer são objeto de uma moratória imposta pela União Europeia desde o fim de 2013, assim como o tiametoxam, do suíço Syngenta, e o fipronil, da alemã BASF. No resto do mundo, estas quatro substâncias, vendidas por marcas como Gaucho, Poncho ou Cruiser, continuam sendo usadas sem restrições.
Outras causas
Os neonicotinoides costumam ser aplicados nas sementes plantadas por agricultores e que se infiltram mais tarde no néctar e no pólen durante a floração.
A substância causaria a perda da orientação das abelhas, que não conseguem encontrar sua colmeia, uma redução da fecundidade ou menor resistência a doenças, segundo a literatura científica. Além disso, a revista Nature assegura que as abelhas costumam preferir plantas molhadas com estas substâncias, derivadas da nicotina.
Os neonicotinoides seriam "um fator-chave no declive das abelhas" e de outros agentes polinizadores, segundo uma análise de 800 estudos feitos pela União Internacional para a Conservação da Natureza (UICN). Por volta de um quarto dos besouros e quase uma em cada dez abelhas melíferas correm risco de extinção, segundo a organização.
Mas a Bayer, que faturou 2,5 bilhões de euros em 2015 com seus produtos inseticidas e de proteção de sementes, inclusive neonicotinoides e outros artigos, rejeita as acusações.
"Os neonicotinoides não provocam qualquer risco se usados corretamente", respondeu um porta-voz da empresa à AFP.
Junto com a BASF e a Syngenta, o grupo impugnou na justiça europeia a moratória imposta por Bruxelas.
O grupo aponta outros culpados pelo sofrimento das abelhas: a meteorologia, os vírus e inclusive o parasita 'Varroa destructor'.
"O declínio das populações de abelhas é multifatorial", afirmou José Tarazona, diretor do departamento de pesticidas da Autoridade Europeia de Segurança Alimentar (EFSA).
Este órgão decidiu em 2012 que os quatro pesticidas das três empresas representavam um risco "inaceitável" para as abelhas, dando argumentos à UE para a moratória.
"Ainda não contamos com os meios para quantificar" o papel destes produtos, admitiu, no entanto, Tarazona.
A EFSA está fazendo um inventário sobre o tema, cujos resultados são aguardados para 2017 e que poderia levar Bruxelas a estender as restrições, mantê-las ou decidir retirar a moratória.
"Logicamente, os pesticidas não são o único problema (..) Mas são o único no qual podemos intervir imediatamente", defendeu Marco Contiero, encarregado de políticas agrícolas do Greenpeace.
A ONG espera que a UE proíba o conjunto dos neonicotinoides e seus usos, sem exceções, e pede que a indústria invista em alternativas não químicas.
Além disso, a pressão dos consumidores começa a ser notada. Na Alemanha, os supermercados Aldi acabam de se comprometer a não vender mais alimentos com neonicotinoides.
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