Ativistas pedem ao governo de Israel o direito de restaurar local de culto no local disputado com os palestinos
Um grupo de ativistas israelenses está pedindo ao governo que estabeleça uma sinagoga no Monte do Templo e volte a permitir que os judeus orem no local. Asaf Fried, porta-voz de uma associação de organizações dedicadas aos direitos dos judeus no Monte do Templo, mais de 50 líderes religiosos e políticos estão unidos em torno da inciativa.
Entre os mais atuantes está o rabino Yehudah Glick, conhecido por sua ligação com o movimento que deseja a construção do Terceiro Templo no local. Hoje ele é um membro do Congresso de Israel e pertence ao Likud, partido do primeiro-ministro Benjamin Netanyahu. Como Israel vive um período eleitoral, a ideia pode ganhar um importante contorno político.
Há um ramo dentro da teologia cristã que vê a construção do Terceiro Templo como um sinal inegável dos últimos dias e que prenuncia o arrebatamento da Igreja.
Desde o mês passado tumultos têm ocorrido continuamente no Monte do Templo. Tudo começou quando milhares de palestinos invadiram o Portão Dourado, que havia sido fechado por uma ordem judicial desde 2003. Eles anunciaram que construiriam ali uma mesquita.
Para as lideranças judaicas, houve um rompimento nas relações. “Já que o status quo foi quebrado, então Israel precisa quebrá-lo também”, alegou Fried ao Jerusalem Post, lembrando que os judeus são proibidos de fazer orações no Monte do Templo. “Precisamos de um lugar para rezar e queremos essa estrutura perto do Portão Dourado.”
O estabelecimento de uma sinagoga seria um resgate histórico, explicou Yaacov Hayman, chefe da Organização Yishai, que defende estabelecimento de Sinagogas no Monte do Templo. Ele explica que há menções no Talmude que falam claramente sobre uma sinagoga no local.
Sua organização mapeou o Monte do Templo e gerou um modelo computadorizado que mostra ser possível construir até quatro sinagogas poderiam no espaço sagrado. O rabino Marzel, que luta pelo direito dos judeus fazerem orações no Monte, é enfático: “Este é o local mais sagrado para o povo judeu. Nossos inimigos tomaram conta. Eles estão infringindo a lei, destruindo sítios arqueológicos e desonrando o judaísmo e Deus. Nós temos que lutar”.
Mais comedido, Fried disse que o grupo não está pedindo para assumir o controle do Monte do Templo. No entanto, eles gostariam de ver o Monte do Templo dividido da mesma forma que a Caverna dos Patriarcas em Hebrom foi dividida em 1967. Desde então coexistem no local onde está enterrado Abraão e Sara uma sinagoga e uma mesquita.
Entenda a polêmica
O Templo de Salomão foi edificado no alto do Monte Moriá, em Jerusalém. Destruído pelos babilônicos, foi reconstruído e depois teve sua estrutura ampliada durante o domínio dos romanos. Derrubado no ano 70 pelo General romano Tito, o local passou a hospedar mesquitas no século 11 quando o califa islâmico Abdal al-Malik dominava a região.
Mesmo depois do ressurgimento de Israel como nação, em 1948, o espaço que mede cerca de 45 hectares de extensão continua sob controle da Waqf, organização jordaniana responsável pela “manutenção dos locais sagrados para o islamismo”. No mês passado, a Waqf deu maior controle do local aos palestinos que imediatamente tentaram construir ali uma quinta mesquita, junto ao Portão Dourado, espaço profético para o judaísmo.
O governo de Israel tentou intervir, proibindo a iniciativa, pois isso violaria o status quo do local. Contudo, os palestinos ignoraram e seguiram em frente, reunindo centenas de pessoas para fazer orações no local. Agora, os ativistas judeus pedem o reconhecimento de seu direito de cultuar no local sagrado para eles.
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