EUA: Pentágono planeja criar o “soldado do futuro”
Universidade do Texas também está envolvida no projeto
Instituições unirão forças para para delinear como serão os conflitos armados dentro de 30 anos Foto: Pixabay
O exército dos Estados Unidos acaba de criar uma nova unidade destinada a descobrir como vai ser a guerra do futuro, a fim de preparar o soldado para ela, uma missão para a qual, pela primeira vez, o Pentágono criou um posto de comando em uma instituição acadêmica.
Em decisão inédita, o Departamento de Defesa dos EUA instalou o centro de controle de sua nova unidade no prédio de Sistemas da Universidade do Texas, localizada em Austin, onde vai trabalhar a maior parte dos 500 funcionários que formarão a equipe, dos quais 400 serão civis.
– No Comando de Futuros do Exército, defendemos ter qualquer conhecimento, de qualquer fonte, para criar soluções inovadoras de maneira mais rápida e melhor explicou a unidade futurista em seu site.
Portanto, o Pentágono e a comunidade científica unirão forças para delinear como serão os conflitos armados dentro de 30 anos.
– Não podemos resolver todos os desafios que enfrentamos sozinhos – reconheceu o coronel Patrick Seiber, diretor de comunicações do Comando de Futuro do Exército americano.
À frente dessa ambiciosa missão estará o general de quatro estrelas John Murray, que se juntou às forças armadas em 1982 e que tem experiência no Afeganistão.
– Este deve ser um esforço de equipe, devemos trabalhar juntos para garantir que nossos soldados tenham tudo que precisam, quando necessário, para ser implantado, lutar e vencer no campo de batalha moderno contra um inimigo extremamente letal – disse Murray, durante a cerimônia de inauguração do novo comando.
Durante meses, o Departamento de Defesa vem expressando sua preocupação sobre a possibilidade de ajustamentos orçamentais nos últimos anos acabarem minando a capacidade militar dos EUA em um momento crítico, quando outros países estão aumentando seu investimento.
– No passado, estávamos focados na guerra atual, enquanto alguns dos nossos adversários nucleares, como Rússia e China, ou em menor grau Coreia do Norte e Irã estavam olhando para o futuro declarou – Seiber durante entrevista por telefone.
Embora as tropas americanas permaneçam focadas na chamada guerra contra o terror em países como Afeganistão, Iraque, Síria e Níger, a nova Estratégia Nacional de Defesa afirma que a prioridade do Pentágono deve ser China e Rússia, que estão investindo em dois novos cenários de guerra: o espacial e o cibernético.
A formação deste novo comando, disse Seiber, é a primeira reorganização formal do exército em 45 anos, ou seja, desde 1973, quando, após a derrota sofrida no Vietnã, o Pentágono percebeu que não era possível continuar lutando como nos tempos da Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
Essa decisão foi a semente que acabou dando frutos, como os helicópteros Black Hawk e o sistema de mísseis Patriot.
A questão que surge em Washington agora é o que poderiam ser os novos elementos que inclinam a balança no campo de batalha.
– Há seis prioridades que surgiram nesta modernização: a precisão de disparo de longo alcance, o desenvolvimento de veículos de combate de próxima geração, as plataformas de elevação vertical, a formação de um exército mais móvel e rápido, os sistemas de defesa aérea e antimísseis e um soldado mais letal – enumerou Seiber.
Durante a cerimônia de abertura da nova unidade de comando, o general Mark Milley, chefe do Estado-Maior do exército dos EUA, também ressaltou a importância de campos como robótica e inteligência artificial, nos quais o setor privado e o mundo acadêmico podem ser decisivos.
– Sabemos que há uma infinidade de tecnologias emergentes que terão, quer queiramos ou não, um impacto sobre como são realizadas operações militares. Este comando vai determinar a vitória ou derrota – frisou Milley.
*Com informações da Agência EFE
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