ILLUMINATI - A ELITE PERVERSA

domingo, 26 de agosto de 2018

Clamor internacional pelo ataque no Iêmen que matou 40 crianças

17:12
Clamor internacional pelo ataque no Iêmen que matou 40 crianças
Conselho de Segurança da ONU se reúne em caráter de urgência, e a UE cobra uma solução política no país

Covas em Saada para enterrar as crianças mortas no ataque. AFP

Conselho de Segurança da ONU reuniu-se a portas fechadas nesta sexta-feira para discutir o ataque cometido na véspera pela coalizão liderada pela Arábia Saudita contra um ônibus que transportava crianças no norte do Iêmen, numa província controlada pelos rebeldes huthis, xiitas próximos ao Irã. A União Europeia, por sua vez, salientou que a única possibilidade de resolver o conflito do Iêmen é mediante “uma solução política”, e não militar, e cobrou das partes envolvidas o compromisso de retomar as negociações de paz. A coalizão liderada por Riad, que justificou o ataque como uma “ação legítima”, informou nesta sexta-feira que investigará o ocorrido.

A reunião do Conselho de Segurança foi solicitada por Bolívia, Holanda, Peru, Polônia e Suécia, que não são membros permanentes “Vimos as imagens das crianças que morreram”, disse à imprensa a embaixadora-adjunta da Holanda, Lise Gregoire-van Haaren. “É essencial neste momento ter uma investigação confiável e independente”, acrescentou. Estados Unidos, França e Reino Unido, três dos membros permanentes do Conselho, apoiam a coalizão saudita em sua campanha militar contra os rebeldes huthis no Iêmen, mas já expressaram sua preocupação com o elevado número de vítimas civis.

“Estes trágicos incidentes recordam ao mundo, uma vez mais, que não há solução militar para um conflito em que os iemenitas estão pagando o preço mais alto”, disse em nota o serviço de Ação Exterior da União Europeia. Em Washington, a porta-voz do Departamento de Estado dos EUA, Heather Nauert, afirmou que seu país está “preocupado” com os relatos sobre o ataque que provocou a morte de civis. “Pedimos à coalizão liderada pela Arábia Saudita que realize uma investigação exaustiva e transparente sobre o incidente”, afirmou.

Diante da pressão, um oficial de alta patente da coalizão liderada por Riad —da qual participam também Emirados Árabes Unidos, Kuwait, Egito e Bahrein, entre outros— declarou à agência oficial de notícias saudita SPA que “o comando da coalizão informou imediatamente à Equipe Conjunta para a Avaliação de Incidentes para que verificasse as circunstâncias e os procedimentos” do ataque.


Manifestação contra o ataque aéreo em Sadaa (Iêmen). EFE YAHYA ARHAB

Esta não é a primeira vez que a coalizão sunita atinge alvos civis e causa vítimas entre os cidadãos do Iêmen. O conflito armado no país começou em 2014, quando os rebeldes huthis ocuparam Sanaa (capital) e outras províncias, e recrudesceu em 2015 com a intervenção da coalizão árabe em prol das forças leais ao presidente iemenita, Abdo Rabu Mansur Hadi.
Rebeldes reagem disparando foguetes

O canal iemenita de TV Al Masira, controlado pelos rebeldes, informou nesta sexta-feira que a Força de Mísseis dos huthis lançou “muitos mísseis balísticos” contra alvos militares e “vitais” nas regiões de Yazan e Asir, no sul da Arábia Saudita. A televisão emiradense Al Arabiya informou minutos depois que pelo menos dois mísseis foram interceptados pelos escudos antimísseis sauditas.

Os ataques com mísseis dos rebeldes contra o território saudita se tornaram habituais nos últimos meses, mas em geral não causam vítimas. As autoridades sauditas reconheceram a ação militar e a qualificaram inicialmente como “ação militar legítima” depois de um ataque huthi contra um povoado do sul do país, no qual um civil morreu e 11 ficaram feridos.


FONTE:
Mais informações »

Monsanto é condenada nos EUA por não advertir que seu agrotóxico podia ser cancerígeno

17:11
Monsanto é condenada nos EUA por não advertir que seu agrotóxico podia ser cancerígeno
Multinacional deve pagar quase 290 milhões de dólares a Dewayne Johnson, vítima de um linfoma incurável causado pelo produto, segundo a decisão judicial

Mulher utiliza o pesticida Round Up, da Monsanto. REUTERS

Monsanto, que já não goza de boa reputação, recebeu um duro golpe na sexta-feira, 10 de agosto, após perder o primeiro julgamento por causa de um herbicida de glifosato nos Estados Unidos. Um júri de San Francisco ordenou que o gigante industrial pague quase 290 milhões de dólares (cerca de 1,1 bilhão de reais) em danos a Dewayne Johnson por não advertir que o glifosato contido no herbicida era cancerígeno. Johnson desenvolveu um linfoma não-Hodgkin incurável que, segundo ele, apareceu após utilizar os produtos da empresa nos terrenos escolares da cidade de Benicia, na Califórnia, razão pela qual processou a multinacional.

O juiz de primeira instância concluiu que a companhia agiu com “malícia” e que seu herbicida Round Up, assim como sua versão profissional Ranger Pro, contribuiu “substancialmente” para a doença terminal de Johnson. A resposta da empresa, quase imediata, foi que vai recorrer. “A decisão de hoje não muda o fato de que mais de 800 estudos e revisões científicas, além de conclusões da Agência de Proteção Ambiental dos EUA, dos Institutos Nacionais de Saúde dos EUA (NIH) e das autoridades reguladoras do mundo todo, respaldam o fato de que o glifosato não causa câncer e não causou o câncer do Sr. Johnson”, afirmou Scott Partridge, vice-presidente da Monsanto.

Johnson, de 46 anos, tem um linfoma não-Hodgkin incurável que ele atribui ao fato de ter aplicado os agrotóxicos Round Up e Ranger Pro nos terrenos da escola onde trabalhou entre 2012 e 2014. O caso se baseou nas conclusões do Centro Internacional de Pesquisa do Câncer, uma agência da Organização Mundial da Saúde (OMS) que em 2015 catalogou o glifosato como “provavelmente cancerígeno”.

É a primeira vez que a Monsanto, adquirida pela alemã Bayer em junho por 66 bilhões de dólares (251 bilhões de reais), está no banco dos réus devido aos potenciais efeitos cancerígenos desses produtos que contêm glifosato, uma substância polêmica. Os especialistas concordam que a decisão judicial pode abrir as portas a centenas de novos processos. O maior produtor mundial de sementes transgênicas tem uma reputação ruim e é uma das companhias mais controvertidas no universo corporativo global. Não parece que vá abandonar essa fama tão cedo.



FONTE:
Mais informações »

EUGENIA: Argentina autoriza produção de medicamento abortivo

17:10
EUGENIA:   Argentina autoriza produção de medicamento abortivo
Laboratório venderá misoprostol a hospitais e já solicitou permissão para distribuí-lo em farmácias


Defensora do aborto legal na manifestação de 8 de agosto em Buenos Aires EFE

O Senado argentino decidiu que o aborto continua sendo um crime punível com prisão, exceto em caso de estupro ou risco para a saúde da mãe, mas o país dá cada vez mais passos para, na prática, legalizar a interrupção voluntária da gravidez. A Anmat, agência reguladora de medicamentos, autorizou pela primeira vez um laboratório argentino a fabricar com fins obstétricos o misoprostol, um fármaco que a Organização Mundial da Saúde (OMS) considera ser um dos métodos mais seguros para interromper gestações. O laboratório Domínguez recebeu luz verde para vender o misoprostol a hospitais, mas já solicitou também a permissão para distribuí-lo em farmácias.

Atualmente, a maioria das argentinas que quer interromper uma gravidez indesejada recorre a uma mistura de misoprostol e diclofenac, comercializado como protetor gástrico. Mas o conhecimento sobre essa droga ainda não é generalizado, ou há gestantes que não têm condições de pagá-lo. Na segunda-feira, uma mulher de 34 anos morreu num hospital portenho depois de tentar improvisar um aborto com salsinha. Mãe de uma criança de dois anos, a mulher chegou ao pronto-socorro em estado grave, com uma infecção avançada. Os médicos extirparam seu útero, mas não conseguiram salvá-la. É a primeira vítima conhecida por aborto clandestino desde que o Senado rejeitou o projeto de lei que legalizaria a prática do aborto, há uma semana. Em 2016, último ano com dados oficiais, 43 mulheres perderam a vida na Argentina por complicações decorrentes de abortos clandestinos.

O laboratório Domínguez começou a pesquisar a produção do misoprostol em 2009. “Primeiro desenvolvemos a linha ginecológica Misop 25 para a indução de partos, e agora um com concentração de 200 miligramas, que já foi aprovado. Não existia na Argentina este medicamento com indicação específica para ginecologia e obstetrícia”, diz Sandra Carina Rismondo, diretora técnica do Laboratório Domínguez. “É um grande feito para uma empresa com uma trajetória de 114 anos”, acrescentou. A Anmat autorizou a produção no começo de julho, em meio ao debate parlamentar sobre o aborto. Entre os usos do Misop 200 está a “interrupção da gravidez nas condições estabelecidas pela legislação vigente em nosso país”, informou a agência reguladora em nota nesta quarta-feira, 15.

“É um pequeno passo, mas um ótimo passo. O ideal seria a produção estatal”, salienta a médica generalista Viviana Mazur, do Programa de Coordenação de Saúde Sexual, AIDS e Infecções de Transmissão Sexual da cidade de Buenos Aires. Ela lamenta que o novo fármaco não possa ser adquirido em farmácias e que só seja distribuído a hospitais com serviço de obstetrícia, o que deixa de fora os postos de atendimento primário de saúde. Também considera um obstáculo que só possa ser administrado por via vaginal, e não sublingual.

A produção estatal de misoprostol parece ser questão de tempo. O LIF, um dos laboratórios públicos da província da Santa Fe, dedica-se a esse objetivo. “No começo do ano iniciamos o processo industrial e esperamos que em alguns meses tenhamos os primeiros comprimidos para entregar gratuitamente”, diz o coordenador de Saúde Sexual e Reprodutiva do Ministério de Saúde de Santa Fe, Oraldo Llanos. Nos primeiros seis meses deste ano, a província registrou 450 abortos não puníveis. Em sua maioria foram feitos com medicamentos comprados de um laboratório a um preço muito superior ao que será praticado para os comprimidos de fabricação própria. Ainda não existe um cálculo preciso sobre a economia para os cofres provinciais, mas poderia superar 70%, segundo Llanos.

Tanto Santa Fe como a capital argentina contam com protocolos sobre abortos não puníveis. Em muitos de seus hospitais e postos de saúde há um serviço de assessoramento para a redução de danos a mulheres decididas a interromper sua gravidez sem se importar com as consequências legais. Mas a situação é muito diferente em outras províncias, que nem sequer têm protocolos aprovados para garantir abortos pelas causas contempladas na legislação desde 1921. É o caso da província de Buenos Aires, onde foi registrada a morte mais recente por aborto clandestino.

“Acreditávamos que a informação chegava a todos os lados, que tínhamos popularizado o acesso ao misoprostol para que os abortos clandestinos fossem os mais seguros possíveis, mas a última morte deixa claro que a informação não está chegando, ou que o dinheiro das pessoas não é suficiente”, salienta Miranda González Martín, integrante da Campanha pelo Aborto Legal, Seguro e Gratuito. “Se uma mulher estiver tão desesperada a ponto de enfiar um ramo de salsinha para abortar, com o perigo de infecção que isso representa, deveria entrar na hipótese de risco à saúde da mãe. Mas nem sequer esses casos são garantidos”, acrescenta.

González Martín destaca que a enorme mobilização popular em favor da legalização do aborto, há uma semana, deixou claro que cedo ou tarde as mulheres argentinas terão o direito a decidir quando e como querem ser mães. “Sabemos que não há volta, mas cada morte nos faz perceber que ainda não ganhamos”, observa. Por causa da recente rejeição do projeto, o Congresso só poderá voltar a legislar sobre o tema daqui a um ano.

FONTE:
Mais informações »

Droga sintética provoca 100 casos de overdose em 36 horas em um parque dos EUA

17:09
Droga sintética provoca 100 casos de overdose em 36 horas em um parque dos EUA
A origem da avalanche foi a droga sintética K2, que intensifica a epidemia de entorpecentes no país

Pessoal dos serviços de emergência no parque em New Haven ARNOLD GOLD AP


A cena nesta quarta-feira, 16, no New Haven Green, um parque central localizado ao lado da Universidade de Yale, foi caótica. Bastava olhar as marcas deixadas pelas ambulâncias que invadiram o gramado para socorrer a avalanche de intoxicados pelo consumo de uma droga sintética cem vezes mais poderosa que a maconha. Até 76 casos de overdose foram contabilizados pelas autoridades em um dia, aos quais se somaram, horas depois, mais de vinte registros. É o mais recente exemplo da grave crise decorrente do uso de drogas que flagela os Estados Unidos.

As overdoses causaram 72.287 mortes no ano passado no país, de acordo com as últimas estatísticas do Centro de Controle de Doenças (CDC). É um número recorde, que representa um aumento de 10% em um ano e que ultrapassa o número de mortes em acidentes de trânsito e violência com armas de fogo. O relatório da agência foi divulgado enquanto os serviços de emergência tentavam conter a situação em Connecticut.

Toni Harp, prefeito de New Haven, insistiu que o episódio é um reflexo das enormes dificuldades que as autoridades locais enfrentam de costa a costa nos EUA diante “dessa ameaça à saúde pública”. No dia 4 de julho, coincidindo com a comemoração do Dia da Independência, já tiveram de lidar com 14 casos de overdose no mesmo parque. E o incidente lembra outro similar no Brooklyn, em maio, que afetou cerca de cem pessoas.

A origem da avalanche foi a droga sintética K2, ou Spice. Rick Fontana, diretor de operações de emergência dessa cidade em Connecticut, explicou que foram contabilizados até 25 casos de overdose em um período de pouco mais de três horas. Houve momentos em que tiveram de atender até seis pessoas ao mesmo tempo e chegaram a interromper a coletiva de imprensa para atender novas vítimas. “Muitos desmaiavam ao mesmo tempo”, comentou.

Os serviços de emergência começaram a receber os primeiros pedidos de socorro no início da manhã de quarta-feira. O Departamento de Saúde Pública teve de administrar cerca de 50 doses de Narcan, um tratamento para overdose, que não foi eficaz em todos os casos. Apenas duas vítimas apresentaram sintomas mostrando que suas vidas estavam em perigo.

O centro dedicado à prevenção e ao controle de doenças, assim como as autoridades locais, está realizando intensas campanhas nas redes sociais para alertar o público sobre os perigos desse tipo de droga sintética. Apontam, por exemplo, que a maconha sintética provoca efeitos diferentes e imprevisíveis, a ponto de causar ataques cardíacos e danos irreversíveis.

Desta vez não houve nenhuma morte a lamentar. Mas nem mesmo a epidemia de AIDS matou tantas pessoas nos Estados Unidos em um único ano quanto as overdoses. A maioria das mortes foi causada pelo uso de opioides. Cerca de 49.000 casos foram constatados, de acordo com os dados mais recentes do CDC. O principal fator para esse aumento de mortes é outra droga sintética, o fentanil, que matou 29.000 pessoas. É seguido pela heroína e outras drogas.

Os estados com a maior taxa de mortalidade são Virgínia Ocidental, Pensilvânia e Ohio. Em Massachusetts, Vermont, Wyoming e Montana começa a haver uma redução nas mortes por overdose, mas são uma exceção, porque no resto do país está crescendo, apesar dos esforços feitos para combater a dependência de drogas como o fentanil, 50 vezes mais forte que a heroína.

O total anual de mortes por overdose é equivalente a uma morte a cada oito minutos. O presidente Donald Trump declarou situação de “emergência de saúde pública” no ano passado. Nesse contexto, o Departamento de Justiça e a Agência Antidrogas (DEA) acabam de propor que seja aplicado às empresas farmacêuticas um limite na produção de substâncias que possam ser usadas de maneira indevida.

O objetivo dessa nova cota é reduzir o volume de medicamentos, como os analgésicos, que são vendidos ilegalmente no mercado negro ou que facilitam o vício. As estatísticas do CDC mostram algum progresso nesse sentido, já que as mortes por overdose relacionadas a medicamentos como Oxicodona ou Hidrocodona pararam de crescer, o que pode indicar que se está próximo da mortalidade máxima.

Mas, como aponta John Alston, chefe dos bombeiros de New Haven, “as pessoas se automedicam por várias razões”. “Este problema não será resolvido em breve”, adverte, enquanto indica que alguns dos intoxicados por K2 também consumiram opiáceos. Os especialistas do CDC na verdade estão preocupados com o fato de que substâncias como o fentanil sejam misturadas com drogas para aumentar seu efeito.

Na quinta-feira, Donald Trump solicitou ao procurador-geral Jeff Sessions processar as companhias farmacêuticas que produzem opiáceos. Vários estados que já agiram nesse sentido. O problema é que essas substâncias também vêm de países como a China e o México. O presidente pediu que mais controle fosse aplicado. “É como uma nova forma de guerra”, disse o presidente.


FONTE:
Mais informações »

Cai rede de prostituição na Colômbia que prendia suas vítimas em porões

17:08
Cai rede de prostituição na Colômbia que prendia suas vítimas em porões
49 mulheres, 23 delas venezuelanas, eram exploradas sexualmente em jornadas extenuantes para pagar uma precária alimentação e alojamento

Agentes da polícia entram nos quartos do lugar. P. COLOMBIA

Foram achadas presas nos porões de locais que pareciam discotecas, mas na verdade eram bordéis onde 49 mulheres eram exploradas sexualmente. Uma nova rede de exploração da prostituição caiu em Cartagena, a capital do turismo no Caribe colombiano, que também ostenta o lamentável título de ser a cidade do país com mais casos de exploração sexual de meninas, adolescentes e mulheres adultas.

Os proxenetas, que segundo fontes do Ministério Público colombiano estão sendo procurados, enganaram as vítimas com falsas ofertas de emprego e dinheiro. O que elas encontraram ao chegar ao destino prometido foram quartos em condições insalubres no subsolo de três estabelecimentos comerciais, onde eram obrigadas a oferecer serviços sexuais. Das 49 mulheres resgatadas, 23 são de nacionalidade venezuelana. “Estas redes se aproveitam da situação de crise que vivem em seu país para captá-las”, disse Mario Gómez, promotor especializado em violência contra menores. Todas estão sendo atendidas por serviços médicos e psicossociais. As vítimas venezuelanas recebem, além disso, assistência das autoridades migratórias.

As mulheres não podiam deixar os porões. Os exploradores lhes ofereciam uma alimentação precária e retiravam seus documentos de identificação para ter controle sobre seus movimentos caso conseguissem sair. Para evitar qualquer tipo de fuga, a rede conectou os estabelecimentos e os porões com corredores secretos. Os clientes colombianos e estrangeiros entravam em bares e usavam esses corredores para abusar das mulheres sem levantar suspeita.

Trabalhavam “jornadas extenuantes”, segundo a investigação. “A rede ficava com o dinheiro que obtinham alegando que era o pagamento pela manutenção e o alojamento”, especificou o promotor Gómez. “Encontramos livros de registro com listas das jovens. Nos documentos aparecem, na frente de cada nome, os valores de suas dívidas, as multas pelo aparente descumprimento das restrições impostas e a média de serviços sexuais que deviam cumprir em cada jornada”, lê-se no documento que descreve a operação. O Ministério Público recordou que o crime de tráfico humano acarreta até 23 anos de prisão, segundo o Código Penal colombiano.

Esta é a segunda operação das autoridades colombianas em Cartagena em menos de um mês, depois da detenção da Madame, já considerada a maior proxeneta da cidade, que chegou a dirigir uma rede de exploração de mais de 200 mulheres. O Ministério Público não vinculou esta quadrilha com a liderada por Liliana del Carmen Campos Puello. “Há em Cartagena muitas linhas de investigação sobre a exploração, assim como no resto do corredor do Caribe”, recordou o promotor, anunciando que as investigações continuarão nesta região e no centro da Colômbia, onde foram localizadas outras zonas de tráfico de mulheres.


fonte:
Mais informações »

Futuro Governo do México proporá descriminalização das drogas à ONU

17:07
 Futuro Governo do México proporá descriminalização das drogas à ONU
Olga Sánchez Cordero, futura secretária de Governo, propõe a revisão dos tratados internacionais sobre o combate ao narcotráfico


A futura secretária de Governo, Olga Sánchez Cordero, no fórum bancário. MARIO GUZMÁN EFE

O próximo Governo do México pretende levar a conversa sobre a descriminalização das drogas à Organização das Nações Unidas (ONU). A jurista Olga Sánchez Cordero, próxima titular da secretaria de Governo (ministério do Interior) disse em um fórum bancário na terça-feira que o debate deve ser levado às instâncias internacionais para conseguir a integração de vários países no combate ao tráfico de drogas. “Queremos propor às Nações Unidas uma pauta interpretativa para conseguir a descriminalização das drogas em nosso país”, disse ela. A ex-ministra do Supremo mexicano afirmou que seu plano para o México é descriminalizar o uso da maconha e o emprego medicinal da papoula.

A proposta de Sánchez Cordero é uma visão que vai além das fronteiras mexicanas e pressupõe que o tráfico de drogas e todos os crimes vinculados a essa atividade constituem um problema regional. “Temos tratados internacionais desde 1970 extremamente rígidos no combate às drogas. É hora de propor uma reinterpretação, pelo menos, desses tratados internacionais. São tratados punitivos em matéria de drogas, extremamente rígidos”, declarou. A ex-ministra do Supremo mexicano ressaltou que o relacionamento com os Estados Unidos será essencial para reduzir o crime relacionado ao tráfico de drogas.

De acordo com a próxima secretária de Governo, o México só consegue confiscar entre 3% e 8% das drogas que viajam através do país com destino à fronteira norte. Os cartéis de drogas, segundo ela, lavam mais de 25 bilhões de dólares (100 bilhões de reais) por ano no México. Na rota desses carregamentos, o crime organizado deixou um rastro de vítimas que não distingue entre nacionalidades. “Também estamos pensando em convocar uma conferência internacional para tratar da descriminalização e do combate a o crime organizado”, disse a ex-ministra.

Para respaldar o combate regional ao narcotráfico, Sánchez Cordero mencionou a polêmica Lei da Anistia. Esse é um dos eixos mais controversos das propostas do próximo presidente. Andrés Manuel López Obrador não detalhou os mecanismos e critérios com os quais alguns crimes relacionados a drogas poderiam ser perdoados pela lei. A jurista deu alguns exemplos em que essa legislação poderia ser útil, como os jovens presos por posse de alguns gramas de maconha ou as mulas, pessoas que atravessam os postos de controle na fronteira dos Estados Unidos, às vezes sem saber qual é a carga que estão levando.

Há anos Olga Sánchez Cordero tem sido a favor da descriminalização das drogas. Em 2016, quando ainda era ministra do Supremo Tribunal de Justiça da Nação, ela votou a favor de que o Governo mexicano autorizasse o transporte, o cultivo e o consumo da maconha sem fins lucrativos. “Não estamos diante de uma questão penal, mas de um modelo de vida e liberdade da pessoa”, disse ela na ocasião. Quando entrou para a equipe de López Obrador, a jurista ressaltou que o próximo presidente do México está aberto ao debate sobre a descriminalização das drogas, a começar pela maconha.


fonte:
Mais informações »

A ‘bomba demográfica’ africana - Estão pondo a culpa na superpopulação, pela "falta de alimentos" para todos - Malditos Eugenistas

17:06
A ‘bomba demográfica’ africana - Estão pondo a culpa na superpopulação, pela "falta de alimentos" para todos - Malditos Eugenistas
O continente responde por quase metade do crescimento da população mundial, mas especialistas acreditam que esse movimento tende a se estabilizar

Uma criança da etnia samburu no Quênia LUIS TATO FAO

“O que faz falta na África são mais camisinhas.” “Por que têm tantos filhos se não podem alimentá-los?” “Com tanta gente no mundo, não poderemos salvar o planeta.” Pergunta e opiniões como essas proliferam nas redes sociais e nos comentários diante das notícias sobre o aumento da população (países como Níger poderiam multiplicar seu número de habitantes por quatro em 2030 e por 10 em 2050), a prevalência da fome (dois de cada dez africanos não comem o suficiente) e as migrações na − e principalmente a partir da − África subsaariana.

As projeções demográficas mundiais − prevê-se que em 2050 o número de seres humanos supere os 9 bilhões e se aproxime dos 10 bilhões −, particularmente impressionantes no caso africano, são vistas com preocupação pelos países ricos, onde muitos já falam de uma bomba demográfica africana. Dos nove países que concentrarão a metade do crescimento populacional até 2050, cinco são africanos (Nigéria, República Democrática do Congo, Etiópia, Tanzânia e Uganda). E outros, como Angola, Burundi, Níger, Somália, Zâmbia e a própria Tanzânia, multiplicarão por pelo menos cinco seu número de cidadãos. Hoje há 1,2 bilhão de africanos, e para 2050 se prevê que sejam o dobro. Ou seja, o continente responde por quase metade do crescimento da população mundial.

“O problema é que não vemos as coisas em perspectiva: esse processo não é nenhuma peculiaridade africana, e sim um ciclo pelo qual outros continentes já passaram antes”, sustenta Julio Pérez Díaz, especialista em demografia do Centro Superior de Investigações Científicas (CSIC) da Espanha. “Na segunda metade do século passado se falava com temor do crescimento da população na Ásia, principalmente na China, e hoje as taxas de fecundidade por lá são parecidas com as europeias”, acrescenta.

A origem dessas tormentas demográficas, segundo o pesquisador, é a redução da mortalidade, sobretudo da infantil. Quando há um alto número de nascimentos (por motivos religiosos, culturais ou puramente econômicos) e de repente se multiplica a porcentagem de crianças que chegam à idade adulta, o crescimento populacional dispara. E, embora ainda falte muito por fazer, é o que está acontecendo graças aos avanços nos cuidados sanitários: as mortes de crianças menores de cinco anos na África subsaariana caíram mais de 30% desde o início deste século.

“Esse processo não é nenhuma peculiaridade africana; outros já passaram por isso antes”

Mas esse crescimento populacional, segundo Pérez Díaz, tende a se estabilizar. “Se os bebês que você traz ao mundo não morrem e chegam a se reproduzir, já não é preciso ter seis filhos por mulher para que a população não se extinga. É a mesma tendência que seguem todos os países menos desenvolvidos do mundo, não só os africanos”, assinala. “E quando se amplia a ideia de uma família com poucos filhos dos quais se pode cuidar, as pessoas gostam dela e a adotam, porque para qualquer pessoa é um drama a morte de um filho”, acrescenta o demógrafo do CSIC. A possibilidade (e a obrigatoriedade) de ir à escola, os programas de alimentação escolar, os cuidados sanitários... o especialista sustenta que, ao contrário do que poderia parecer, todas essas redes não incentivam a ter mais filhos, e sim a ter menos e a cuidar melhor deles. “Portanto, nem bombas demográficas nem nada parecido, é uma consequência normal do desenvolvimento”, aponta.

O falecido médico e estatístico Hans Rosling, famoso por seu trabalho de divulgação sobre saúde e demografia, costumava dizer que a forma de deter o crescimento da população nesses países é exatamente essa: melhorar as perspectivas de quem nasce. “Por isso é tão importante investir na infância desses lugares, porque é a única forma de alcançar um tamanho populacional que seja sustentável”, assinalava o sueco.


Projeções de população na África. Fonte: UNDP


O ministro espanhol de Relações Exteriores e Cooperação, Josep Borrell, seguiu a mesma linha quando alertou em 4 de julho no Congresso sobre os desafios em matéria migratória. “A solução não é levantar muros”, disse o ministro. “É dar [às pessoas] oportunidades em sua terra e controlar o crescimento da população para que o desenvolvimento possa chegar a todos.”
Como alimentar a todos

E isso − o desenvolvimento − passa necessariamente pela redução dos índices de fome nos países do continente. Há dois séculos, o clérigo britânico Thomas Robert Malthus (1766-1834) disse que as fomes − a falta de comida − eram um mecanismo natural de regulação da população. “Mas Malthus subestimou o engenho humano: no século passado, vimos como a quantidade de alimentos produzidos duplicava uma e outra vez, graças a melhores variedades de sementes e animais, irrigação, fertilizantes, forragem e energia”, aponta Josef Schmidhuber, da FAO (agência da ONU para a alimentação e a agricultura).

O mundo produz hoje alimentos mais do que de sobra para todos. Se − segundo a própria FAO − 815 milhões de pessoas passam fome, não é porque não haja comida, mas sim porque não conseguem obtê-la. Devido a conflitos, a desastres naturais ou, simplesmente, porque não podem comprá-la.

Agricultores trabalhando em Torit (Sudão do Sul) ©FAO/STEFANIE GLINSKI

Muitos programas de desenvolvimento e cooperação internacional se concentram em melhorar a produtividade dos pequenos agricultores africanos − que são, paradoxalmente, aqueles que mais passam fome. “Mas o fato de produzir mais comida não resolverá o problema dos países mais afetados. Essa insegurança alimentar surge de uma falta de produtividade dos pequenos agricultores, mas também de sua falta de acesso à comida. Às vezes, de uma mistura de ambas”, assinala Schmidhuber.

Outras agências, em vez disso, promovem medidas de planejamento familiar nos lugares em que a população aumenta. Décadas atrás na Ásia, hoje na África. “Mas, nas regiões mais pobres do continente, as pessoas não usarão anticoncepcionais enquanto continuarem vendo seus filhos morrerem, enquanto não houver escola em seu povoado, enquanto precisarem que seus filhos ajudem no trabalho”, dizia Rosling.


Uma mulher amamenta seu filho no Burundi ©FAO/GIULIO NAPOLITANO


Só uma de cada quatro mulheres em idade reprodutiva utiliza meios contraceptivos no centro e no oeste da África (na Europa, América Latina e América do Norte, a média é de mais de 70%), e 20% dizem precisar de métodos de planejamento familiar cujo custo não podem cobrir, segundo a Divisão da População das Nações Unidas.

Em países como o próprio Níger, República Democrática do Congo ou Malaui, onde a imensa maioria vive do que produz, qualquer ajuda no campo ou com os animais é bem-vinda: nas economias agrárias, a prole sempre foi mão de obra.

A solução para a fome e a necessidade, estima Schmidhuber, deverá passar por uma mudança como a que ocorreu na Ásia com a transformação do setor agrícola: os camponeses que perdem seu cultivo no processo são absorvidos por uma incipiente indústria manufatureira que se desenvolve paralelamente. Conseguem trabalhos menos incertos que geram novas fontes de ganho. Isso, complementado com programas de proteção social e acesso à educação, começaria a gerar uma mudança nas dinâmicas econômicas e demográficas.


Jovens com sacos de cebolas no mercado local de Meru (Quênia) ©FAO/LUIS TATO

Outra das soluções, como apontava Borrell e coincidem Pérez Díaz e Schmidhuber, deve ser buscada no empoderamento feminino. Como exemplo, o Irã: no final dos anos setenta, quando ocorreu a Revolução Islâmica, as iranianas tinham uma média de 6,4 filhos. E, apesar da estrita doutrina religiosa, hoje têm 1,6. “As mulheres tiveram acesso à educação, e em vez de casar aos 15 anos, agora se dedicam a ampliar seus estudos e a criar seu próprio futuro trabalhista até os 30. Assim, logicamente, a fecundidade cai”, observa o demógrafo do CSIC.
Não há planeta para tanta gente?

Outro dos temores relacionados ao aumento da população nos países africanos é que ele ponha em xeque a luta contra a mudança climática ou possa contribuir para esgotar recursos naturais como água, terras ou bosques. “Mas é incrível a diferença entre o que consome um indivíduo de classe média ou alta de um país rico com o que consome a maioria dos habitantes de um país em desenvolvimento”, comenta David Sattertwhaite, professor do Instituto Internacional para o Meio Ambiente e o Desenvolvimento.

Diana Ivanova, pesquisadora da Universidade Norueguesa de Ciência e Tecnologia, e seus colegas realizaram um estudo comparando as emissões de gases do efeito estufa (principais causadores do aquecimento global) com o consumo per capita de cada país. E descobriram que a pegada de carbono de uma família de Luxemburgo (país com menos de 600.000 habitantes) é seis vezes maior que a média global. Já o impacto de uma família da Índia (com 1,3 bilhão de habitantes) é apenas um quarto dessa média mundial.

“Obviamente, a quantidade de habitantes é uma variável relevante, porque todo mundo tem necessidades mínimas que causam impactos, mas o que realmente importa é o consumo, o que você compra e gasta. E isso é algo que depende basicamente da renda”, afirma Ivanova. Os 10% mais ricos geram 36% da pegada de carbono das famílias.


Uma avó com seus netos em um campo de amendoins em Gafati (Níger) ©FAO/ANDREW ESIEBO

Cada vez mais vozes apresentam o crescimento demográfico na África como o principal risco para a sustentabilidade do planeta. “De algum modo, a ameaça da superpopulação, que vem de países pobres, permite aos ricos desviar-se de sua parcela de responsabilidade”, critica Satterthwhaite. “É uma forma de jogar a culpa nos outros em vez de procurar uma maneira inovadora de resolver o quebra-cabeças”, coincide Ivanova. “Em vez de dizer aos outros que não tenham mais filhos, deveríamos ser muito mais conscientes de nosso próprio impacto”, acrescenta a acadêmica.


FONTE:
Mais informações »
Postagens mais recentes Postagens mais antigas Página inicial