A União Europeia precisa de mudanças estruturais radicais devido à ação crescente dos movimentos populistas de direita e também por causa da arrogância de alguns países-membros do bloco, escreve a edição austríaca Die Presse.
'Bruxelas não está pronta para realizar estas reformas, pois quem decide é a "velha guarda" e a geração mais jovem não tem direito de votar, frisa o autor do artigo. Porém, apesar da crítica justificada em relação às "autoridades indolentes da União Europeia", o problema real é outro. Alguns países da UE representam um perigo verdadeiro para o futuro da união.
"No caso da União Europeia, o peixe apodrece não pela cabeça, como diz o provérbio popular, mas, neste caso, por algumas capitais europeias", opina o autor. De acordo com ele, a integração do bloco europeu está em perigo por causa da Hungria e da Polônia, entre outros.
"Se Viktor Orban [premiê húngaro] afirma que seu país está sob ataques por parte da UE e a Polônia ignora de modo permanente e deliberado as críticas de Bruxelas, isto significa que estes países podem se tornar verdadeiros coveiros da ideia europeia", escreve Gerhard Bitzan no seu artigo para o Die Presse.
Segundo a opinião do jornalista, na Europa está em crescimento a "mesquinhez nacionalista" porque a cada dia os países da união pensam mais na sua própria prosperidade, quer política, quer econômica.
Uma solução para a UE são reformas radicais, por exemplo, a sua divisão em duas partes. O autor propõe criar uma Europa com "a duas velocidades de desenvolvimento": dividi-la entre os que aspiram à unidade europeia e os que não querem colaborar. O segundo grupo continuaria fazendo parte da UE, mas com menos direitos e obrigações. Não se especifica no artigo qual dos dois grupos vai se desenvolver mais rápido.
Segundo o jornalista austríaco, este plano permitirá criar uma nova União Europeia. É pouco provável que esta ideia seja realizada, considera Gerhard Bitzan, mas a alternativa a esta ideia será trágica.
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