é uma corrente da filosofia política que surgiu nos Estados Unidos a partir da rejeição do liberalismo social, relativismo moral e da contracultura da Nova Esquerda dos anos sessenta.
Recentemente, o ex-presidente americano George H.W. Bush e seu filho, o ex-presidente americano George W. Bush, foram manchetes em notícias que indicavam que eles votariam na candidata presidencial democrática oficial Hillary Clinton. Os dois Bushes nunca apoiaram Donald Trump, o candidato presidencial republicano oficial.
Como é que ambos Bushes, que são republicanos que têm a obrigação defender valores pró-vida e pró-família, conseguiram desprezar Trump em favor da socialista Hillary, que é pró-aborto e pró-sodomia?
O que um conservador tem em comum com um socialista?
Em termos pró-família, nada. Em termos neocons, tudo. Em 2014 George W. Bush descreveu Bill Clinton como um “irmão de outra mãe” numa entrevista sentimental sobre a surpreendente amizade deles, de acordo com o jornal britânico Daily Mail.
Ele acrescentou que seu próprio pai “serve como figura de pai” para Clinton, que pôs para fora da presidência dos EUA o Bush pai em 1992.
O Daily Mail noticiou que depois de se tornar presidente, Clinton frequentemente buscava os conselhos de Bush pai, exatamente como Bush filho buscava os conselhos de Clinton quando foi eleito o 43º presidente dos EUA.
Esses conselhos mútuos incluíam a questão do aborto e homossexualidade? Afinal, antes de Obama, Clinton foi o mais proeminente presidente pró-aborto e pró-sodomia dos EUA. Em contraste, Bush foi geralmente pró-vida e pró-família.
A amizade deles envolve conflitos morais? Não, porque sua união não é baseada em interesses pró-família, mas só em interesses neocons.
Um cristão conservador real jamais votaria na socialista Hillary. Mas um neoconservador (neocon) faria isso.
O que é um neocon? Os neocons (ou neoconservadores) estão presentes nos dois grandes partidos dos EUA, o Partido Democrático (que é totalmente esquerdista) e o Partido Republicano (que é mais ou menos conservador), e seu foco e prioridade não é conservar valores pró-vida, pró-família e cristãos. Eles querem conservar e expandir a hegemonia militar e política dos EUA no mundo inteiro. Os neocons trabalham com qualquer presidente americano que tenha esse foco, seja um Bush direitista ou um Obama esquerdista.
O neoconservadorismo dos EUA foca na política externa como sua principal preocupação, para manter os Estados Unidos como a única superpotência moldando a Nova Ordem Mundial.
O termo “neoconservador” foi popularizado nos Estados Unidos em 1973 pelo líder socialista Michael Harrington, que usou o termo para definir a ideologia de Irving Kristol, Daniel Bell e Daniel Patrick Moynihan.
Daniel Bell era um judeu que certa vez se descreveu como “socialista em economia, esquerdista em política e conservador na cultura.”
Daniel Patrick Moynihan era um membro católico do Partido Democrático pró-aborto e pró-sodomia.
Irving Kristol, apelidado de “poderoso chefão do neoconservadorismo,” era um potente escritor esquerdista durante as décadas de 1950 e 1960. Ele se desencantou com o Partido democrático na década de 1970 e mudou para o Partido Republicano, acolhendo o nome “neoconservador” para o bando de intelectuais esquerdistas que ele trouxe consigo.
Kristol descrevia um neoconservador como um “esquerdista assaltado pela realidade.” Ele foi imensamente persuasivo em moldar o movimento neocon, especialmente entre católicos.
Durante a era da Guerra Fria, a maioria dos neoconservadores se opunha vigorosamente à União Soviética. Ainda que a maioria dos neocons seja contra o comunismo, a ideologia deles, que não dá nenhuma prioridade aos valores cristãos que fundaram os EUA, é basicamente socialista, exceto pelo exacerbado nacionalismo belicista e expansionista. Hillary Clinton é um exemplo. Ela se opõe a Coreia do Norte, uma nação oficialmente comunista. Ela é apoiada pela maioria dos conglomerados capitalistas do mundo, mas ela se opõe aos valores pró-família e cristãos. Até certo ponto, ela é capitalista. Até certo ponto, ela é socialista. Mas em todos os pontos, ela é neocon.
Na política americana, um neoconservador é alguém que é apresentado como conservador, mas que geralmente não participa da Marcha pela Vida (contrária ao aborto) e não defende o casamento tradicional. Os neocons enfatizam colocar os EUA em primeiro lugar num nacionalismo muito militarista. Eles apoiam atacar e até derrubar governos estrangeiros, mesmo quando o resultado é mais perseguição aos cristãos. Alguns neocons ganham lucros imensos do complexo industrial militar dos EUA.
Ainda que os neocons louvem a Guerra do Iraque, o DailyMail disse que essa guerra “foi um dos maiores erros cometidos na história dos EUA modernos.”
Tanto George W. Bush quanto a senadora Hillary Clinton a aprovaram. De uma perspectiva cristã e humanitária, essa guerra foi um desastre total para os cristãos.
Antes da invasão americana do Iraque, havia mais de 2 milhões de cristãos. Hoje, eles são menos de 300.000. A presença militar americana no Iraque não protegeu os cristãos e mesmo depois do genocídio, os EUA têm de modo enorme aberto suas portas de imigração para os muçulmanos, não para suas vítimas cristãs.
Os dez terroristas islâmicos que atacaram os EUA em 11 de setembro de 2001 não eram do Iraque. Eram da Arábia Saudita. Mesmo assim, os EUA não invadiram e atacaram a Arábia Saudita, que, aliás, é o maior patrocinador do terrorismo islâmico mundial. Os EUA invadiram o Iraque como se os terroristas do 11 de setembro de 2001 fossem iraquianos.
Saddam Hussein não era um homem bom, mas pelo menos ele protegia as minorias cristãs muito melhor do que os EUA depois da invasão do Iraque. A missão militar americana no Iraque foi um fracasso e acabou trazendo o ISIS, e caos e genocídio para os cristãos.
A diferença é: O Iraque sob Saddam era inimigo da Arábia Saudita, que sempre foi amiga e aliada dos neocons americanos, inclusive os Bushes, os Clintons e Obama.
A invasão americana do Iraque deixou um vácuo previsível que resultou no assassinato de milhares de cristãos ali e o surgimento do ISIS. Durante as eleições primárias presidenciais republicanas em 2016, Donald Trump humilhou a insistência de guerra dos neocons no Iraque, Ucrânia, Líbia e Síria.
A prioridade mais elevada dos neoconservadores tem sido aumentar a ação militar dos Estados Unidos no Oriente Médio e expandi-la para um confronto com a Rússia. Há uma porta giratória entre alguns neocons e cargos de salários elevados na indústria bélica dos EUA, o que pode explicar por que os neoconservadores constantemente reivindicam mais guerras.
Os neoconservadores favorecem um dispendioso intervencionismo em outros países com enormes gastos do governo federal, muitas vezes para substituir um ditador por um novo sistema de governo que pode ser pior, principalmente para os cristãos. Às vezes esse intervencionismo é expresso como um desejo de instalar uma democracia numa cultura incompatível com ela.
A postura neoconservadora ficou desacreditada no fracasso da democracia no Iraque, Líbia e Afeganistão. Em todas essas nações, que abrigavam comunidades e igrejas cristãs, uma medida de tolerância foi substituída pelo radicalismo islâmico e eliminação de cristãos depois das intervenções dos EUA, e hoje não sobrou nenhuma igreja cristã no Afeganistão.
Em contraste com os conservadores tradicionais, os neoconservadores favorecem o globalismo por meio da hegemonia dos EUA, minimizam a importância dos valores cristãos e tendem a não se opor de forma enérgica ao aborto e à agenda homossexual. Os neocons não se importam com o alicerce evangélico dos EUA e não se importam de fazer alianças com grupos terroristas islâmicos para confrontar a Rússia. Os neocons favorecem intervenções americanas fortes e enérgicas nos assuntos mundiais.
Em política externa, os neoconservadores acreditam que a missão dos Estados Unidos é instalar a democracia no mundo inteiro. Ao realizar essa missão, os dois Bushes falavam sobre uma Nova Ordem Mundial.
Uma segunda linha do desenvolvimento do neoconservadorismo teve forte influência da obra do filósofo político alemão-americano Leo Strauss. Alguns dos estudantes de Strauss incluem o vice-ministro da Defesa Paul Wolfowitz durante o governo de George W. Bush. Wolfowitz, um neocon americano-judeu, teve um caso extraconjugal conhecido com Shaha Riza, uma mulher muçulmana que foi criada na Arábia Saudita. (Isso faz lembrar o atual diretor da CIA Johnn Brennan, que se converteu ao islamismo na Arábia Saudita. Os neocons dos EUA querem estar perto do islamismo, mas não perto da Rússia cristã.)
De acordo com Paul Craig Roberts, ex-vice-ministro do Ministério da Fazenda durante o governo de Ronald Reagan e um dos editores do jornal Wall Street Journal, Wolfowitz criou a doutrina de Wolfowitz, que é a base da política americana para a Rússia. Essa doutrina considera como “hostil” qualquer potência que seja suficientemente forte para permanecer independente da influência do governo americano.
A doutrina de Wolfowitz justifica que o governo americano domine todas as regiões do mundo e está, de acordo com Roberts, em concordância com a ideologia neoconservadora dos EUA como o país “indispensável” e “excepcional” merecedor, por direito, da hegemonia mundial.
Roberts disse que “A Rússia está no caminho da hegemonia mundial dos EUA” e que “A menos que a doutrina de Wolfowitz seja abandonada, o resultado provável será guerra nuclear.”
Entretanto, a doutrina de Wolfowitz pode ser usada não só contra a Rússia. Em 2008 o profeta americano Chuck Pierce disse a nós, um pequeno grupo de brasileiros em São Paulo, que “Deus havia removido sua unção nacional dos EUA em 2008.”
Em meu artigo “Brasil, a próxima ameaça (regional ou global) à supremacia econômica dos EUA?” comentei:
“Pierce também disse que Deus estava procurando outra nação para conceder essa unção. Ele disse que se o Brasil se aproximasse mais de Israel, Deus iria dar a unção ao Brasil. Então ele teve uma visão sobre o que aconteceria se o Brasil começasse a se desenvolver e desse os primeiros passos para se tornar uma potência mundial: Ele viu o governo dos EUA cercando e sufocando o Brasil economica e militarmente. Ele viu os EUA cheios de inveja. Ele viu os EUA totalmente determinados a impedir a ascensão econômica do Brasil. O que entendi com a visão dele é que os EUA, como a única superpotência hoje, não aceitarão a ascensão de nenhuma outra nação que rivalize com sua hegemonia. O desenvolvimento de todas as nações tem de estar submetido aos interesses americanos, e esses são interesses malignos, pois o governo americano abandonou o Senhor há muito tempo. Os EUA veem a ascensão econômica de outras nações como competindo com seu poder.”
Percebendo ou não, Pierce descreveu os neocons, que exigem que todas as outras nações sejam dependentes dos EUA.
Os neoconservadores são muitas vezes descritos como “conservadores,” mas suas posições em questões sociais são mistas. Há dois principais grupos de neocons:
Há neoconservadores que sustentam posições esquerdistas em assuntos sociais, e tendem a discordar dos conservadores cristãos em questões como aborto, oração nas escolas e casamento homossexual.
Há neoconservadores que tendem a ter graus maiores de concordância com conservadores cristãos e culturais em questões sociais.
Os neoconservadores diferem dos libertários em que os neoconservadores tendem a apoiar políticas de um governo grande para promover seus objetivos militares.
Pelo fato de que Trump tem se oposto abertamente aos neocons e suas ambições de mais expansão militar dos EUA, Commentary, a principal revista neoconservadora nos EUA, disse, um tanto quanto exagerado, que o Sr. Trump é “a ameaça número 1 para a segurança dos EUA” — maior do que o Estado Islâmico.
A grande lição nesta eleição americana é o modo como os neocons foram expostos por Trump, apesar de suas imperfeições. Por causa desse confronto, Julian Assange, fundador do WikiLeaks, disse sobre Trump que “todas as elites se afastaram dele. Trump não tem uma única elite com ele, talvez com exceção dos evangélicos, se é que dá para chamá-los de elite. Os bancos, os serviços de espionagem, as empresas bélicas, os financistas externos, etc., estão todos unidos em apoio de Hillary Clinton. E os meios de comunicação também. Os donos dos meios de comunicação e os jornalistas.”
Se os evangélicos são o único grande grupo apoiando Trump, onde está o segundo maior grupo cristão dos EUA, os católicos? Por que eles não estão apoiando Trump? Por que a maioria dos católicos prefere a neocon Hillary?
Uma simples pesquisa do Google mostra que os católicos são predominantemente mencionados como predominantemente envolvidos em políticas e geopolítica neocon.
Uma pesquisa para “neoconservadores católicos” dá 3.100 resultados.
Uma pesquisa para “neoconservadores evangélicos” dá só 43 resultados.
Uma pesquisa para “neoconservadores protestantes” dá só 4 resultados.
Evangélicos e protestantes, nessa pesquisa, perfazem cerca de 1 por cento dos neocons cristãos. Religiosamente, os católicos estão na linha de frente do movimento neoconservador.
Não se sabe por que os católicos sacrificariam valores cristãos, pró-vida e pró-família por uma política externa de intervencionismo ideológico e expansionismo dos EUA que massacram outros cristãos. Por exemplo, na Guerra do Iraque milhares e milhares de cristãos foram sacrificados na esteira da invasão dos EUA, aprovada pelo direitista Bush. Mais tarde, o esquerdista Obama expandiu o sacrifício quando sua secretária de Estado esquerdista Hillary Clinton ajudou a criar o ISIS, que vem torturando, estuprando e massacrando multidões de cristãos no Iraque e Síria.
A política externa dos EUA, conduzida por neocons no Partido Republicano e no Partido Democrático, tem sido muito ruim para os cristãos no Oriente Médio.
A maioria dos cristãos massacrados na Síria e Iraque são cristãos ortodoxos. Pelo fato de que poderosos neocons americanos são católicos, alguns poderiam questionar se eles aprovariam tal invasão, intromissão e massacres na Síria e Iraque se os cristãos ali fossem exclusivamente católicos.
A verdade é que os EUA têm sido suaves com o terrorismo islâmico contra os cristãos no Oriente Médio do mesmo jeito que o Vaticano tem sido suave.
Um conflito entre potências cristãs, motivado por uma hostilidade milenar entre católicos e ortodoxos, mas mascarada como preocupações insinceras com o comunismo da extinta União Soviética, é tudo o que o islamismo precisa para avançar mais e manter seu martírio anual de 100.000 cristãos.
O mesmo Vaticano que é suave com o islamismo está agora alinhado, em termos de domínio mundial, com o governo dos EUA. Há obras acadêmicas que confirmam que o Vaticano está bem ligado dos EUA. Aliás, a sobrevivência do Vaticano Igreja-Estado vem dependendo dos EUA.
A grande pergunta é: Como uma nação que nasceu essencialmente protestante e pró-Israel e pró-judeus se uniu com um Estado-Igreja historicamente contra Israel e contra os judeus?
“Rome in America: Transnational Catholic Ideology from the Risorgimento to Fascism” (Roma nos EUA: A Ideologia Católica Transnacional desde o Risorgimento até o Fascismo), escrito por Peter R. D’Agostino, mostra que no passado, a ligação essencial era entre o Vaticano e a Itália. Agora é cada vez mais entre o Vaticano e os EUA. Aliás, os EUA se tornaram a nova Itália do Vaticano.
Outro livro muito importante é “Parallel Empires: The Vatican and the United States — Two Centuries of Alliance and Conflict” (Impérios Paralelos: O Vaticano e os Estados Unidos — Dois Séculos de Aliança e Conflito), escrito por Massimo Franco, que diz
“A perspectiva do Vaticano [sob o Papa João Paulo 2] é que a resposta americana ao terrorismo [islâmico], a frente de batalha do terceiro milênio, é estridente demais e tem mais probabilidade de agravar o problema do que resolvê-lo. Embora o fundamentalismo islâmico seja a principal ameaça ao Ocidente, autoridades do Vaticano forçam seus argumentos dizendo que historicamente o islamismo e as comunidades cristãs geralmente dão um jeito de coexistir no mundo árabe.”
Isso explica a postura suave dos EUA sobre o terrorismo islâmico. Mas o que explica a postura dura dos EUA com relação à Rússia cristã ortodoxa?
Por séculos, os católicos defenderam um nacionalismo italiano (e uma maioria esmagadora dos papas era italiana) porque o Vaticano estava ligado à Itália. Hoje, os católicos, até mesmo no Brasil, a maior nação católica do mundo, defendem um nacionalismo americano belicista exacerbado. Por que? Pela mesma velha razão: O Vaticano hoje está ligado aos Estados Unidos em muitos aspectos e ambições.
Havia uma época, antes da fundação da União Soviética, em que os católicos, até mesmo os católicos americanos, queriam a supremacia do Vaticano. Agora os católicos fortemente envolvidos no movimento neocon querem a supremacia dos EUA, não em defesa pró-família, mas exclusivamente em hegemonia militar e política? Por que?
A maior parte das suspeitas americanas sobre a atual Rússia vem de neocons católicos. Os católicos têm tido suspeitas por mil anos sobre a Igreja Cristã Ortodoxa. E hoje a maior nação cristã ortodoxa do mundo é a Rússia. Antes do nascimento da União Soviética, eles tinham suspeitas da Rússia — por razões religiosas. Durante a União Soviética, eles tinham suspeitas, com justiça partilhadas pelos evangélicos, por causa do marxismo soviético. Mas depois da queda da União Soviética, por que as suspeitas deles continuam?
Eles tinham muitas suspeitas da sociedade capitalista americana majoritariamente evangélica, mas eles venceram esse preconceito. Por que não em relação a uma Rússia cristã ortodoxa que está lutando pelos mesmos valores pró-família como uma América de Reagan faria?
O candidato presidencial republicano Donald Trump tem pela primeira vez na história dos EUA confrontado os neocons no Partido Democrático e no Partido Republicano. Ele não é conservador no sentido cristão de ter um histórico de defesa pró-família, mas ele não tem o ativismo neocon de Hillary Clinton, compartilhado por George H. W. Bush e muitos outros republicanos, para conservar e expandir a hegemonia militar e política dos EUA, principalmente por meio da OTAN, às custas de valores cristãos e até de vidas cristãs.
Embora os neocons republicanos e democratas queiram maiores intervenções militares americanas na Síria, Iraque e Ucrânia, que não são territórios americanos e não têm uma população americana, Trump quer que os EUA parem essa intromissão, inclusive a intromissão da OTAN.
Trump quer uma parceria com a Rússia contra o terrorismo islâmico, mas os neocons — inclusive Obama, Hillary e ambos Bushes — querem uma parceria com o islamismo contra a Rússia.
Ainda que pessoalmente Trump tenha uma vida moral pessoal tão duvidosa quanto Bill Clinton, ele está certo e é bem corajoso de confrontar os neocons e suas ambições.
Deus pode usar coisas e homens estranhos para falar com pessoas e nações. Acredito que Ele usou Trump para falar a verdade sobre a questão neocon. Muito sangue cristão tem sido derramado pelos neocons, por meio de guerras e violência islâmica.
Como é que Trump tem confrontado os neocons? Ele os demoliu na questão da Guerra no Iraque e a intromissão dos EUA na Síria e Ucrânia e a demonização da Rússia.
De acordo com o DailyMail, Trump “criticou o modo como Hillary lidou com as relações entre EUA e Rússia quando ela era secretária de Estado e disse que as críticas duras dela contra Putin levantaram questionamentos sobre “como ela vai voltar a negociar com esse homem que ela tem demonizado tanto” se ela ganhar a presidência.”
A demonização de Putin e da Rússia é a essência das paixões neocons.
O caso ucraniano é uma vitrine das ambições neocons. Enquanto Barack Obama, Hillary Clinton e George Soros estavam chamando a revolução ucraniana de revolução do povo, numa reportagem do WND Savage disse:
“A situação na Ucrânia tem sido pintada como um conflito entre a Rússia de Vladimir Putin, os supostos caras maus, e os rebeldes ucranianos, os supostos caras bons que buscam expulsar a Rússia de uma posição de influência na Ucrânia e instalar um novo governo que dará atenção ao povo ucraniano. Não acredite numa única palavra disso. Os nacionalistas ucranianos são fascistas. O propósito original do governo dos EUA ao encenar um golpe na Ucrânia era afastar a Ucrânia da Rússia e levar a Ucrânia à União Europeia. Em outras palavras, os neocons e os ‘moderados’ comprados do governo de Obama queriam tirar, à força, o controle da Ucrânia das mãos de Putin e ganhar controle econômico e energético sobre o país. Como o Dr. Stephen F. Cohen apontou, os países ocidentais, com os EUA liderando o caminho, estão há décadas provocando Putin. O Ocidente expandiu a OTAN para incluir ex-estados soviéticos — a Ucrânia parece ser o próximo alvo — e atacou aliados da Rússia, inclusive Líbia e Iraque. Os EUA — junto com outros países ocidentais — por meio de suas incursões na política, economia e segurança nacional da Rússia e vários de seus aliados, efetivamente provocaram a situação que agora está se revelando na Ucrânia. Cohen está certo.”
Savage aponta que Obama e seus neocons, não conservadores, criaram uma revolução na Ucrânia para afastá-la da Rússia e colocá-la, eventualmente, na órbita da OTAN.
Enquanto Trump tem elogiado a Rússia e os assessores de Trump estavam apoiando forças pró-Rússia na Ucrânia, os neocons têm abertamente louvado a revolução ucraniana como o melhor exemplo democrático contra uma ditadura. A revolução ucraniana foi a maior revolução de Soros, tendo sido financiada em massa por ele.
Obama e seus neocons querem a Ucrânia na OTAN e estão dispostos a fazer guerra para conseguir isso. Em contraste, Trump não tem mostrado, até agora, nenhuma disposição de seguir as paixões neocons para iniciar uma guerra na Ucrânia contra a Rússia.
Em setembro passado, o presidente ucraniano Petro Poroshenko convidou Trump para uma reunião, mas, de acordo com o DailyMail, “o governo ucraniano diz que o candidato republicano não deu a mínima bola para eles.”
Entretanto, Hillary Clinton se encontrou com Poroshenko e lhe prometeu que ficaria do lado da Ucrânia contra a “agressão russa.”
Enquanto Obama, Hillary e os neocons querem a Ucrânia na órbita da OTAN e estão usando a situação ucraniana para fortalecer a OTAN, Trump tem de novo estado em conflito com os interesses deles.
A melhor explicação sobre as intenções dos neocons foi dada por Savage, que disse:
“Os neocons… fazem muito dinheiro em cima de conflitos militares. Quando o mundo está em guerra, os neocons e a indústria bélica que trabalha com eles lucram enormes quantias de dinheiro. Os neocons não se importam de que lado você está, enquanto puderem trabalhar com você para criar uma situação política que eles consigam fazer crescer até virar guerra, e aí eles começam a tirar lucro.”
Savage está certo. E Trump concorda com ele, pois Trump vem lendo seus livros e teve uma entrevista muito positiva com Savage. Mas indivíduos de mentalidade neocon não concordam. O blog de Trevor Loudon disse:
“Se Trump for eleito, veremos russos… na Casa Branca. Os assessores de Trump estão bastante conectados a Vladimir Putin e à Rússia. O próprio Trump tem muitas ligações também e é amigo de Putin. É por isso que Putin tentará sabotar Hillary com o vazamento de emails, etc.”
A atitude de Trump buscar se dar bem com a Rússia e se encontrar com Putin é correta, mas desprezada por neocons.
Ronald Reagan tentou a abordagem de Trump no passado, quando a Rússia era a União Soviética e era oficialmente ateística e comunista. Naquele tempo, os EUA sob Reagan oficialmente valorizavam a Bíblia e os valores cristãos. Hoje, o governo americano oficialmente despreza esses valores, enquanto a Rússia oficialmente abandonou o ateísmo e está abraçando sua Igreja Cristã Ortodoxa.
É impossível que os socialistas Hillary e Obama se deem bem com a Rússia moderna, principalmente depois que os russos aprovaram uma lei que proíbe propaganda homossexual para crianças.
Entretanto, se foi possível para o evangélico Reagan buscar se dar bem com os líderes ateus soviéticos, por que Trump não deveria ser elogiado por buscar se dar bem com uma Rússia não ateísta?
Os neocons e seu amor pela parceria islâmica contra a Rússia e ódio da Rússia são o maior desafio. Nesse sentido, o confronto de Trump com os neocons deve ser elogiado e imitado.
O pesado envolvimento católico com o movimento neocon precisa ser estudado.
Ainda que o ex-presidente americano George H.W. Bush tenha sido um neocon, seu filho, o ex-presidente americano George W. Bush, foi um evangélico enganado por neocons, que encheram seu governo. Reagan também foi enganado por eles. Como disse Scott Lively, Bush foi apenas marionete deles. Muitos evangélicos têm sido ludibriados pelo nacionalismo belicista dos neocons.
Coisa estranha. Trump, um presbiteriano, não tem histórico de confronto com os neocons e nenhum histórico de ativismo cristão. Não se sabe se seu atual confronto é sincero ou não. Mas é óbvio que ele mostrou quem são os neocons e o que eles querem.
Percebendo ou não, ele foi usado por Deus para alertar os evangélicos e outros cristãos.
Autor: Julio Severo
Fonte: gospelprime.com.br