As relações entre o governo grego e americano ganharam um caráter de “cooperação muito estreita” durante as negociações de Atenas com os credores, segundo o jornal grego Katimerini.
Em 14 de agosto, após meses de negociações, o Eurogrupo, composto por ministros das Finanças dos países da zona do euro, aprovou o terceiro pacote da ajuda financeira à Grécia. A dívida externa do país é de 86 bilhões de euros (US$ 96 bilhões segundo a taxa de câmbio atual). As exigências para receber o novo pacote de resgate europeu preveem a realização de mais reformas e medidas restritivas, inclusive o aumento de impostos e cortes das aposentadorias.
A edição obteve um telegrama do embaixador grego nos EUA em que ele escreve o seguinte:
“Washington orientou Atenas, em geral, quanto à posição que eles deveriam tomar em relação a Berlim”.
Os EUA aconselharam a “evitar o confronto direto (acusações verbais, campanhas na mídia) pois o objetivo devia ser uma ampla cooperação com outros países europeus tais como a Grã-Bretanha, Itália, Áustria” de maneira a convencer Atenas a realizar reformas.
De acordo com a edição grega, o objetivo da cooperação era minimizar a pressão da Alemanha, deixar a Grécia dentro da União Europeia o que, de fato, significa que os EUA precisam da Europa unida mas sem um líder evidente que possa fazer concorrência à posição dos EUA na arena mundial.
“O embaixador grego em Washington assinala com satisfação que entre os governos, Obama e Tsipras há algo maior do que somente cooperação, com participação, além da Casa Branca, de dirigentes do Conselho de Segurança Nacional dos EUA, Ministério das Finanças e Departamento de Estado. Todos eles contataram constantemente nem só Atenas, mas também as capitais europeias para que a Grécia não ruísse, a zona do euro continuasse como estava e, ao mesmo tempo, não houvesse uma crise nas relações de Washington e Berlim”, escreve o jornal.
Os gregos devem pagar a chamada taxa de solidariedade, bem como impostos sobre os salários e aposentadorias, no valor total de 2,3 bilhões de euros até o final do ano corrente. E, mais do que isso, em dezembro, o governo espera cobrar 1,1 bilhões de euros de imposto automóvel referente ao ano de 2016.